A SLC Agrícola registrou lucro líquido de R$ 156,4 milhões no primeiro trimestre de 2020, aumento de 40,4% em relação ao igual período do ano anterior, informou a companhia ontem (13) em balanço financeiro.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado, no entanto, recuou 19,9% no período avaliado, para R$ 182,8 milhões.
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Segundo a SLC, o principal fator que contribuiu no avanço do lucro foi a Variação do Valor Justo dos Ativos Biológicos na soja, que aumentou R$ 147,7 milhões versus o primeiro trimestre de 2019.
“A variação é explicada pelas premissas que foram utilizadas no cálculo. Conforme comentado no release do primeiro trimestre de 2019, após o cálculo da Variação do Valor Justo do Ativo Biológico da soja da safra 2018/19 houve melhoria nos preços e na produtividade da cultura, fazendo com que a Variação do Valor Justo subestimasse o resultado dessa cultura naquele ano”, explicou a companhia.
Quanto ao desempenho operacional, a SLC destacou que a queda no Ebitda foi pressionada pelo menor volume faturado de soja e a menor margem do algodão faturado no comparativo entre os trimestres.
“A margem inferior no algodão foi oriunda da menor produtividade da cultura na safra 2018/19 versus a safra 2017/18, combinado com aumento de custos por hectare”, informou a empresa.
A receita líquida cresceu 2,2% no primeiro trimestre deste ano frente ao mesmo período de 2019, para R$ 632,6 milhões, apesar da queda de 4,5% no volume comercializado. Segundo a SLC, com exceção da soja, todas as culturas obtiveram aumento do preço.
Com a influência de despesas para pagamento de insumos, a dívida líquida ajustada da companhia encerrou o primeiro trimestre de 2020 em R$ 1,4 bilhão, aumento de R$ 475 milhões ante o registrado um ano antes. A alavancagem –relação entre dívida líquida e Ebitda– ficou em 1,9 vez.
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A SLC destacou que, em momentos como o da atual crise causada pelo coronavírus, se acentuam as preocupações com a preservação do caixa e da liquidez, a alavancagem financeira, e a eficiência no controle de custos.
Nesse sentido, a empresa disse ser pertinente considerar que está em um nível de alavancagem confortável, o endividamento é 100% em reais, e que a safra 2019/20 apresenta excelentes resultados em termos de produtividade.
Ainda assim, a SLC admitiu que os planos de investimento (Capex) podem vir a ser revisados com o objetivo de maior preservação de capital.
Quanto à pandemia, “a companhia esclarece que, até o presente momento, não detectou a ocorrência de nenhum caso da Covid-19 entre seus colaboradores e ressalta que suas operações não foram impactadas, seguindo o curso normal”.
DESEMPENHO AGRÍCOLA
A área total plantada pela SLC em 2019/20 caiu 2,1% em relação à safra anterior, para 448,6 mil hectares, devido ao atraso do início das chuvas no Estado do Maranhão, o que postergou o plantio da soja, reduzindo o potencial de plantio de milho safrinha, disse a empresa.
Na soja, “com a finalização da colheita estamos efetuando mais uma revisão para cima da produtividade nessa cultura, agora para 3.900 quilos por hectare, comparados com 3.840 quilos por hectare divulgados em março”, destacou.
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O atual nível de produtividade da soja foi 8,1% superior ao projetado inicialmente e 19,4% superior à média nacional.
A comercialização da oleaginosa atingiu 339,4 mil toneladas no primeiro trimestre, abaixo das 388,2 mil registradas um ano antes.
“Avançamos nas compras de insumos para a safra 2020/21. Até o momento já adquirimos mais de 2/3 da necessidade de fertilizantes e 50% da demanda estimada de defensivos, ambas as negociações tendo apresentado redução expressiva nos valores em dólares quando comparados com a safra 2019/20.”
Considerando a conjuntura de custos e preços em dólar até o momento, e também o nível de câmbio atual, a SLC espera que o bom nível de rentabilidade se mantenha também para a 2020/21. (Com Reuters)
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