A Caixa Econômica Federal vai começar uma campanha para popularizar empréstimos que têm imóvel como garantia, o home equity, prevendo que poderá em pouco tempo multiplicar por dez sua carteira no setor, para cerca de R$ 40 bilhões. “É uma linha que já operamos, mas de forma muito tímida, e agora isso vai mudar”, disse o presidente-executivo da Caixa, Pedro Guimarães, em entrevista à Reuters nesta quarta-feira.
Embora exista no país há bastante tempo, o home equity ainda é inexpressivo, com um estoque de cerca de R$ 11 bilhões, mercado em que a Caixa detém cerca de um terço.
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Porém, com uma carteira imobiliária ao redor de R$ 450 bilhões, a maior financiadora do setor no país avalia que chegou a hora dos empréstimos garantidos por imóvel deslancharem, a exemplo do que já acontece em mercados mais maduros, disse ele.
“O grande motor do crédito no mundo desenvolvido é o home equity e, com a queda da taxa de juros no Brasil para os níveis atuais, isso agora vai ser assim também”, afirmou Guimarães.
De acordo com o executivo, a redução da Selic além de contribuir para a queda das taxas de juros da economia, ajudará os bancos a fortalecerem as operações de crédito já que estão ganhando menos com cada empréstimo, o que tem pressionado suas receitas.
No crédito pessoal, por exemplo, os bancos cobram juro ao redor de 80% ao ano, segundo dados mais recentes do Banco Central. Com a garantia do imóvel, o juro cairá para uma faixa de 7% a 10% ao ano, mais TR, ou com uso de IPCA ou ainda com uso uma taxa fixa anual.
Na primeira etapa, que começa na próxima segunda-feira, o banco vai oferecer o produto para quem ainda não tem essa modalidade de empréstimo, embora seja dono de imóvel. Depois, vai mirar aqueles que já têm um imóvel oferecido como garantia de um empréstimo, explicou Guimarães.
Essa possibilidade de uso do imóvel para tomar empréstimos adicionais foi regulamentada na semana passada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), com o Banco Central prevendo que a medida tenha poder de criar um volume adicional de crédito de R$ 60 bilhões no país.
“Temos um espaço incrível para avançar”, disse Guimarães, acrescentando que, embora num primeiro momento a Caixa deverá usar recursos próprios para esses empréstimos, o banco pretende mais adiante securitizar parte das operações e vender os títulos no mercado.
Redução de taxas
Em outra frente, o banco controlado pelo governo federal também vai reduzir taxas de juros dos empréstimos a pessoas físicas para compra de terrenos e construção de imóveis.
Atualmente, na linha com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), o banco cobra taxas menores para quem toma empréstimo para comprar um imóvel pronto do que para os que adquirem um lote urbanizado para construir. “Agora, vamos equalizar melhor isso”, disse o vice-presidente de Habitação da Caixa, Jair Mahl.
A taxa para construção individual cairá da faixa de 7,25% a 8,5% para 6,5% a 8,5% ao ano, enquanto a para compra de terreno diminuirá de 10,25% a 11% para até 8,5% ao ano.
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O movimento acontece na esteira de forte crescimento da demanda no banco para este tipo de uso. Em 2019, a Caixa desembolsou 3,6 bilhões de reais para financiar pessoas físicas na compra de terrenos e posterior construção de imóvel. No primeiro semestre, essa linha já girou R$ 2,4 bilhões.
“Com a redução da taxa, a previsão é de que só neste segundo semestre façamos outros R$ 4 bilhões”, disse Guimarães. (Com Reuters)
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