O dólar começou o segundo semestre em firme queda ante o real, de mais de 2%, num dia de fraqueza da moeda norte-americana no exterior em meio a uma sessão positiva para ativos de risco diante de sinais de retomada da atividade econômica e de esperanças sobre vacinas contra o coronavírus.
O dólar interbancário caiu 2,24% hoje (1), a R$ 5,318 na venda. A moeda oscilou entre alta de 0,69%, para R$ 5,4773, e queda de 2,47%, a R$ 5,3059.
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Na B3, o dólar futuro recuava 2,54%, a R$ 5,3245, às 17h01.
No exterior, a moeda dos EUA cedia no fim da tarde 0,3% ante uma cesta de seis divisas fortes, enquanto caía 1,2% ante o peso chileno, 1,7% contra o rand sul-africano e 1% frente ao peso mexicano.
A indústria brasileira voltou a crescer em junho pela primeira vez desde fevereiro. Nos Estados Unidos, a atividade manufatureira se recuperou em junho e atingiu o nível mais alto em mais de um ano. A contração da indústria da zona do euro foi mais fraca do que o inicialmente calculado em junho e, na China, a atividade industrial cresceu a um ritmo mais forte no mês passado.
No Brasil, a potencial vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac será testada em 12 centros de pesquisa de seis Estados, disse nesta quarta-feira o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Esse noticiário fortaleceu esperanças de que o mundo possa emergir da pior recessão do pós-guerra, ajudada por estímulos fiscais e monetários de bancos centrais e governos.
Mas o cenário segue turvo, avaliou Paloma Brum, economista da Toro Investimentos, para quem as economias estão muito dependentes do noticiário sobre vacinas. Essa perspectiva sozinha não é uma solução definitiva para o mercado, disse.
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“Quando falamos de câmbio, ainda há muita coisa para acontecer antes que a gente veja o dólar em tendência clara de queda ante o real”, afirmou, lembrando os riscos fiscais que o Brasil enfrenta.
Pesquisa Reuters mostrou que analistas de mercado esperam que o dólar feche 2020 a R$ 5,10, 4,10% abaixo do encerramento desta sessão, mas com perspectivas ainda nubladas por chances de novas saídas de recursos.
O fluxo cambial ao Brasil ficou praticamente zerado na semana passada, com saldos equilibrados tanto na conta comercial quanto na financeira, mostraram dados do Banco Central nesta quarta-feira. No mês até o dia 26, houve déficit de US$ 2,927 bilhões.
Mas dados da balança comercial revelaram superávit comercial de US$ 7,5 bilhões em junho, recorde histórico para o mês da série iniciada em 1989, conforme dados do Ministério da Economia, que elevou a projeção para o saldo comercial em 2020.
Os dados da balança comercial ajudam no número global das contas externas, indicador monitorado pelo mercado por indicar o grau de vulnerabilidade externa de um país.
Na avaliação do Bradesco, a taxa de câmbio que produz equilíbrio do saldo em transações correntes nos próximos 12 meses é R$ 5,25 por dólar –ou seja, pelos fundamentos de médio prazo relacionados a essa métrica, o real estaria com excesso de depreciação nos atuais níveis.
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“É bastante aceitável algum nível de utilização de poupança externa e, por isso, esperamos uma taxa de câmbio abaixo desse nível, em R$ 5,10 por dólar neste ano e em R$ 4,60 por dólar em 2021. Esses patamares não levarão ao equilíbrio, mas a déficits menores do que 1% do PIB –bastante abaixo da média dos nossos pares”, afirmaram analistas do Bradesco em nota. (Com Reuters)
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