O dólar começou agosto em alta expressiva ante o real, puxado pela correção global na moeda, que no exterior registrou em julho o pior mês em uma década.
A valorização hoje (3) foi lastreada em dados melhores do setor manufatureiro nos Estados Unidos, que amenizaram temores sobre desaceleração no ritmo de retomada da maior economia do mundo após uma série de números fracos semanas atrás.
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O dólar à vista subiu 1,83%, a R$ 5,3142 na venda, em dia de amplas oscilações. A moeda variou entre alta de 2,27%, a R$ 5,3371, e queda de 0,12%, para R$ 5,2122.
Na B3, o dólar futuro tinha ganho de 1,78%, a R$ 5,3225, às 17h07.
O real teve o pior desempenho global nesta sessão, mas não ficou sozinho na lista de quedas, seguido por peso mexicano (-1,6%), peso colombiano (-0,9%), rand sul-africano (-0,8%) e peso chileno (-0,5%), entre outras divisas emergentes ou correlacionadas às commodities.
No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de divisas de países ricos subia 0,13%, depois de a atividade manufatureira dos Estados Unidos crescer em julho no ritmo mais rápido em quase um ano e meio.
No Brasil, o dólar recuou 4,07% em julho, maior queda mensal do ano, o que aumenta chances de ajuste em dias de força global da moeda. “Está muito difícil traçar cenários para o dólar no Brasil. Há um contraste grande entre forças de curto e médio prazos”, disse Italo Lombardi, estrategista sênior para mercados emergentes do Crédit Agricole em Nova York, referindo-se à ampla liquidez mundial de agora e à incerteza quanto ao cenário fiscal brasileiro.
Ainda assim, Lombardi disse que há chance de o dólar voltar a caminhar para R$ 5,10 ou R$ 5 nos próximos meses, em meio à farta oferta de moeda no exterior, salvo nova piora no sentimento de risco.
O mercado aguarda ainda decisão de política monetária do Banco Central, na quarta-feira (5). A expectativa geral é de novo corte de 0,25% na Selic, para 2% ao ano, com sinalização de estabilidade à frente, mas há no mercado apostas alternativas de contínua queda nos juros, o que deprimiria ainda mais as taxas de retorno da renda fixa brasileira, deixando esse investimento menos atrativo em comparação a mercados de outros emergentes. (Com Reuters)
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