O dólar era negociado próximo da estabilidade contra o real na manhã de hoje (19), ampliando as perdas registradas na última sessão, com os investidores voltando as atenções para a ata da reunião de política monetária do Federal Reserve em busca de pistas sobre o futuro da economia norte-americana.
Às 10:14, o dólar avançava 0,01%, a R$ 5,4692 na venda, enquanto o dólar futuro de maior liquidez tinha queda estabilidade, a R$ 5,471.
“O foco se volta hoje (…) à ata da última reunião do Fomc e à leitura do quanto a autoridade monetária estaria disposta a continuar injetando liquidez nos EUA. Aparentemente, é muito”, comentaram analistas da Infinity Asset em nota.
Os mercados internacionais operavam em modo de espera, com as bolsas europeias com pouca variação e os futuros de Wall Street em leve alta antes da ata. Moedas emergentes pares do real avançavam contra o dólar, que, apesar de apresentar leves ganhos contra uma cesta de moedas no dia, continuava próximo a uma mínima em mais de dois anos.
No radar dos investidores também estavam as tensões crescentes entre Estados Unidos e China depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, disse a repórteres que adiou negociações com o país asiático devido à sua frustração diante da forma como Pequim lidou com a pandemia de coronavírus.
Além desse fator, a paralisação das conversas sobre um pacote de estímulo no Congresso dos EUA também pode voltar a pressionar divisas arriscadas, como o real, segundo vários analistas.
No Brasil, o clima parecia menos avesso ao risco depois que o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, abafaram rumores sobre uma possível ruptura entre eles, reforçando também o seu compromisso com o teto de gastos.
“Aqui, bastaram algumas palavras de afagos entre o presidente Jair Bolsonaro e o seu ministro da Economia, assim como declarações recíprocas de compromisso com a obediência ao limite prudencial do teto de gastos, para que os investidores deixassem de lado a aversão ao risco e fossem às compras novamente”, escreveu Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora.
VEJA TAMBÉM: IGP-M acelera alta na 2ª prévia de agosto com pressão do atacado, diz FGV
Boatos de que Guedes deixaria o governo abalaram os mercados no início da semana, levando o dólar — que já sofreu em 2020 após a demissão de Sergio Moro do cargo de ministro da Justiça — a uma máxima em quase três meses.
Apesar do alívio momentâneo, alguma cautela permanece entre os agentes do mercado, o que chegou a pressionar o real temporariamente no pregão da véspera. “Ainda que soe positiva, tal situação já foi observada em outros ministros antes, portanto continua a demandar atenção redobrada dos investidores”, disse a Infinity em nota.
Em sessão volátil, o dólar spot fechou ontem (18) em queda de 0,50%, a R$ 5,4685 na venda.
O Banco Central realizará hoje leilão de swap tradicional de até 12 mil contratos com vencimento em março e julho de 2021. (Com Reuters)
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Participe do canal Forbes Saúde Mental, no Telegram, e tire suas dúvidas.
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.