O Magazine Luiza teve um salto nas vendas do segundo trimestre, uma vez que suas operações via comércio eletrônico compensaram com sobras a queda nas lojas físicas, fechadas desde meados de março devido às medidas de isolamento social para conter a pandemia da Covid-19.
A varejista especializada em produtos duráveis reportou hoje (17) que suas vendas totais de abril a junho somaram R$ 8,6 bilhões, um aumento de 49% ante mesmo período de 2019, superando a rival Via Varejo, com R$ 7,26 bilhões no trimestre.
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Refletindo a disparada das compras pela internet no período, o Magazine Luiza viu suas vendas darem um salto de 182% no e-commerce total, enquanto suas lojas em ruas e shopping centers venderam 45% menos.
O resultado operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 147,2 milhões no trimestre, queda de 61,3% ano a ano.
“Considerando as circunstâncias, foi um resultado épico”, afirmou o presidente-executivo da companhia, Frederico Trajano.
De todo modo, o Magazine Luiza teve prejuízo ajustado de R$ 62,2 milhões no segundo trimestre, ante lucro de R$ 85,2 milhões um ano antes. Em termos líquidos, o prejuízo foi de R$ 64,5 milhões. Ainda assim, a última linha do resultado veio melhor do que a previsão média de analistas consultados pela Refinitiv, de prejuízo de R$ 125 milhões.
Uma das consequências da rápida migração dos canais de vendas – a fatia do comércio eletrônico subiu de 41,5% a 78,5% no comparativo anual – a margem bruta da companhia caiu de 29,3% para 25,8%. Segundo Trajano, com a gradual reabertura das lojas – 92% das 1.100 estão abertas -, essa queda diminuiu.
O fluxo de caixa, ajustado pelos recebíveis, somou R$ 2,2 bilhões no trimestre e o giro dos estoques caiu para menos de 60 dias em junho, um dos melhores índices dos últimos anos. A companhia fechou o semestre com posição de caixa líquido ajustado de R$ 5,8 bilhões, alta de R$ 5 bilhões em um ano.
A companhia afirmou que em julho suas vendas totais cresceram 82% ano a ano, enquanto e-commerce avançou 162% e as vendas nas lojas físicas cresceram 10%.
Com esses indicadores, Trajano disse que a companhia tem perspectivas positivas para a segunda metade do ano, planejando contratar cerca de 2,5 mil pessoas até setembro, com foco nas áreas de atendimento e logística.
O executivo admitiu que o resultado teve apoio importante das medidas de suporte financeiro, principalmente o auxílio emergencial mensal de R$ 600 a famílias de baixa renda e defendeu que o programa seja mantido por mais tempo.
“O efeito ‘coronavoucher’ ajudou a amortecer significativamente os efeitos da recessão e acho que ainda não é o momento para recuar nas medidas anticíclicas”, disse Trajano à Reuters. (Com Reuters)
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