A Marfrig teve lucro líquido de R$ 1,59 bilhão no segundo trimestre, um salto ante os R$ 87 milhões obtidos em igual período de 2019, aumento que a companhia atribuiu à melhora no desempenho operacional e firme demanda da China.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado subiu 266% ano a ano, a R$ 4,1 bilhões.
LEIA MAIS: Marfrig conclui contratação de financiamento de US$ 500 mi no exterior
A receita líquida consolidada atingiu R$ 18,9 bilhões, crescimento de 54% em relação ao mesmo intervalo do ano passado.
“Apesar do cenário adverso (com a pandemia da Covid-19), a companhia registrou um desempenho operacional significativamente acima da média do mercado…Buscamos comprar melhor e vender melhor”, disse à Reuters o presidente da Operação América do Sul da Marfrig, Miguel Gularte.
“Nosso preço médio (de portfólio) subiu 18%, enquanto o mercado subiu 11%…Reduzimos os abates em linha com o mercado, de 10% a 11%, mas o custo com gado aumentou 31%, enquanto para a Marfrig subiu 29%”, comparou.
No período, a receita líquida da Operação América do Sul –Brasil, Argentina, Uruguai e Chile– atingiu R$ 4,4 bilhões, crescimento anualizado de 27,7%, enquanto o Ebitda ajustado passou de R$ 216 milhões para R$ 613 milhões.
Parte significativa deste resultado se deve ao forte avanço de exportações da Operação América do Sul para a Ásia. Segundo a companhia, as vendas de carne bovina para China e Hong Kong saltaram 145% no trimestre, no comparativo ano a ano, e representam 65% das receitas de exportação.
Gularte disse que este forte desempenho no mercado asiático foi impulsionado também pelo aumento no número de plantas habilitadas para exportar à China.
VEJA TAMBÉM: Marfrig cria joint venture com ADM para fabricar produtos com base vegetal
“O Brasil teve um acréscimo de 17 plantas aprovadas pelos chineses, em relação ao segundo trimestre do ano passado. A Marfrig, mais quatro”, afirmou o executivo.
Atualmente com 13 unidades habilitadas pela China, a Operação América do Sul da Marfrig obteve 68% de suas receitas totais oriunda do exterior. Há um ano, essa fatia era de 52%.
Sobre a pandemia, Gularte ressaltou que nenhuma planta da empresa foi paralisada no Brasil e os gastos com medidas de prevenção alcançaram R$ 42 milhões desde o fim de março.
O food service foi o segmento mais afetado e a expectativa é que até o quarto trimestre haja uma normalidade.
Olhando para os próximos meses, Gularte vê um cenário de ajuste na oferta de gado no Brasil, relacionado a questões climáticas por ausência dos animais de confinamento, mas compensada por preços atrativos para a carne.
AMÉRICA DO NORTE
A receita líquida da Operação América do Norte atingiu US$ 2,7 bilhões no trimestre, alta anual de 19%, com salto de 170,3% no Ebitda ajustado para US$ 635 milhões.
E TAMBÉM: Lucro operacional da Marfrig mais que dobra no 1º trimestre
Com isso, a operação representou 77% das receitas líquidas e 86% do Ebitda consolidado da Marfrig, um recorde.
“Por trás desse resultado estão a robustez do mercado americano que, por conta do isolamento exigido pela pandemia, teve o aumento de consumo e de preços finais, e a queda do custo do gado, provocada por uma maior oferta local”, disse o presidente da empresa para a região, Tim Klein.
Gastos ligados à pandemia somaram US$ 48,5 milhões.
Ele destacou que com a queda de abates no segundo trimestre, houve aumento de oferta de gado, que deve se estender até 2021. (Com Reuters)
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Participe do canal Forbes Saúde Mental, no Telegram, e tire suas dúvidas.
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.