O dólar abandonava as máximas alcançadas hoje (22) para operar em baixa em relação ao real, acompanhando o movimento visto em outros países emergentes na ausência de surpresas na ata do Comitê de Política Monetária do Banco Central.
Às 10:45, o dólar avançava 0,08%, a R$ 5,4044 na venda, depois de ter saltado mais cedo a R$ 5,4460 na máxima do dia, ganho de 0,85%. O dólar futuro negociado na B3 registrava perda de 0,41%, a R$ 5,394.
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No exterior, a moeda norte-americana operava perto da estabilidade contra uma cesta de moedas, enquanto a maioria das moedas arriscadas pares do real oscilava entre leves altas e baixas.
Apesar da permanência de alguma cautela depois que um fluxo pesado de notícias sobre uma nova onda de infecções por coronavírus na Europa derrubou bolsas e divisas emergentes de todo o mundo ontem (21), analistas do Bradesco citaram alguma recuperação no sentimento depois das baixas da véspera, enquanto as “atenções estarão voltadas para o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, que deve reforçar a promessa de uso completo de todas as ferramentas de política monetária para dar suporte à economia norte-americana”.
Vanei Nagem, responsável pela mesa de câmbio da Terra Investimentos, disse à Reuters que “o mercado lá fora está operando de forma mista”, destacando que a falta de grandes surpresas no âmbito das manchetes ajuda a “refrescar” o sentimento, motivando o dólar a sair das mínimas contra o real.
Além disso, “a ata do Copom não apresentou nenhuma novidade, e quando não há surpresas o dólar tende a arrefecer”, completou.
O Banco Central divulgou hoje a ata de sua reunião de política monetária, em que indicou que as condições para sua sinalização de que a taxa Selic não deve subir seguem de pé e reforçou considerar adequado manter a chamada prescrição futura como instrumento de política monetária adicional.
Na semana passada, o BC manteve a taxa Selic na mínima histórica de 2%, decisão que veio dentro das expectativas dos mercados e marcou uma pausa no prolongado ciclo de redução de juros do BC.
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O patamar extremamente baixo da Selic, além de preocupações com a saúde das contas públicas brasileiras e incertezas políticas locais, é apontado por analistas como um dos principais fatores para a disparada do dólar em 2020, que é de cerca de 34%.
“O real é uma das piores moedas do pacote de pares do dólar e o preço (do dólar) está exagerado”, comentou Vanei Nagem, destacando que esse contexto pode levar a eventuais ajustes no patamar da moeda brasileira.
Na véspera, o dólar à vista registrou alta de 0,43% no fechamento da sessão, a R$ 5,4000 na venda. (Com Reuters)
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