Um novo estudo do Credit Suisse, o “Credit Suisse Global Wealth Report” (ou Relatório de Riqueza Global, em tradução livre), revelou que moradores de alguns países provavelmente ficaram mais ricos durante a pandemia do novo coronavírus.
Enquanto o Reino Unido lidera as nações desenvolvidas com a pior situação durante o isolamento social, os moradores das Filipinas, Egito e Bangladesh viram os maiores aumentos em suas riquezas durante a pandemia, cerca de 10%.
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Em quarto lugar aparecem os holandeses, que adicionaram, aproximadamente, US$ 15.000 aos seus patrimônios no primeiro semestre de 2020. Mas foi a China, em quinto lugar, que teve a maior história de sucesso.
“A China é um dos maiores vencedores da pandemia, já que a riqueza por adulto tem aumentado, e esperamos que isso continue”, diz Nannette Hechler-Fayd’herbe, diretora de investimentos da International Wealth Management do Credit Suisse. O patrimônio médio por adulto chinês é de US$ 74.621, um aumento de 5,5% desde janeiro, quando o país estava em processo de quarentena em Wuhan.
Hoje, a cidade onde a pandemia começou está crescendo com a reabertura de fábricas e a retomada das compras pelos consumidores. No início desta semana, a China informou que sua economia cresceu 4,9% no terceiro trimestre deste ano, enquanto a maioria dos países desenvolvidos estão em recessão.
“A China foi capaz de superar a pandemia sem pestanejar”, diz Anthony Shorrocks, professor da Universidade de Manchester e um dos autores do estudo.
Embora os adultos da Suíça, Taiwan e Holanda tenham experimentado o maior crescimento real de sua riqueza, isso se deve, principalmente, às flutuações cambiais, diz o especialista. O forte franco suíço ajudou seus cidadãos a aumentarem seus patrimônios de US$ 20.000 para US$ 598.410 por pessoa até o final de junho, mais do que qualquer outro país. Ainda assim, alguns suíços estão pedindo mais dinheiro de auxílio ao governo.
Riqueza global atinge US$ 400 trilhões
Segundo o relatório do banco suíço, há cerca de US$ 400 trilhões em riqueza no mundo. Isso resulta em cerca de US$ 77.309 para cada adulto, uma média inevitavelmente distorcida, já que 1% da população mundial detém a grande maioria do dinheiro.
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No início deste mês, o principal rival do Credit Suisse, o UBS, descobriu que a riqueza dos bilionários havia ultrapassado o limite de US$ 10 trilhões pela primeira vez.
Apesar dessa disparidade, o Credit Suisse afirma não ter visto “nenhuma evidência concreta” de que a desigualdade estaria aumentando nos países. “Na verdade, a escala de desigualdade diminuiu nos Estados Unidos”, diz Nannette.
Ao ocupar o terceiro lugar em patrimônios familiares, atrás apenas da Suíça e de Hong Kong, os EUA aparece com média de US$ 463.550 por cidadão adulto. “Lá, a riqueza provavelmente permanecerá um pouco menor do que quando começamos em 2020”, acrescenta a especialista.
Reino Unido sofre o maior golpe em sua riqueza
A desigualdade, no entanto, ainda permeia em nível global. A América Latina presenciou a maior queda nesse período. Os brasileiros, por exemplo, perderam até 25%. O país foi seguido de perto pela África do Sul e pelo México.
Mas foi o Reino Unido que surpreendeu. “Entre os países desenvolvidos, certamente ele foi um dos mais afetados negativamente”, diz Nannette. “E a razão é que os ativos financeiros no Reino Unido não foram capazes de se recuperar.”
A fortuna média no Reino Unido permanece 6,5% abaixo dos níveis de janeiro, o que significa que cada adulto perdeu ao redor de US$ 18.340.
Na verdade, um terço das famílias britânicas tem visto sua renda cair desde fevereiro, de acordo com números divulgados pela Autoridade de Conduta Financeira (FCA), a agência regulamentadora do mercado financeiro na região. Jovens adultos e negros, asiáticos e pessoas de minorias étnicas foram mais duramente afetadas.
“Mas não é apenas o Reino Unido que está mal colocado entre os países desenvolvidos”, diz o relatório do Credit Suisse. “Nos Estados Unidos, por exemplo, as taxas de infecção e hospitalização das minorias foram muito mais altas do que da população branca. A perda de emprego também foi maior entre os grupos minoritários.”
Os millennials também foram punidos de forma desproporcional pelos efeitos econômicos da Covid-19. Pior ainda: o Credit Suisse diz que eles podem esperar um “golpe duplo” nos próximos anos, à medida que “a atividade econômica é reduzida, a globalização andar para trás e as viagens forem desencorajadas”.
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