O aplicativo de entrega de comida DoorDash está em processo de abertura de capital e, se tudo correr conforme o planejado, seu CEO, Tony Xu, e dois outros cofundadores se tornarão bilionários.
Tony Xu, de 36 anos, lidera a empreitada do aplicativo de entrega para um IPO (oferta pública inicial) provavelmente antes do final do ano, o que aumentaria seu patrimônio líquido para pouco mais de US$ 1 bilhão com ações no limite inferior de sua faixa de preços almejada.
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Segundo um documento divulgado na segunda-feira (1), a DoorDash planeja listar 33 milhões de ações, entre US$ 75 e US$ 85 por papel. Xu detém 4,6% da gigante das entregas, enquanto os cofundadores Andy Fang, 28 anos, e Stanley Tang, 27 anos, possuem 4,2% cada. Um quarto cofundador, Evan Moore, agora sócio da Khosla Ventures, não aparece no documento.
Após uma rodada de financiamento em junho em que os investidores despejaram mais US$ 400 milhões no negócio, a DoorDash foi avaliada em US$ 16 bilhões. Agora, o preço proposto para o IPO avalia o negócio entre US$ 23 bilhões e US$ 32 bilhões.
“Como empresário”, disse Xu ao “LA Times” em 2018, “todos os dias há coisas que o deixarão cada vez mais desconfortável. Se você está disposto a suportar essa incerteza, acho que encontrará muitas recompensas e satisfação com isso. Normalmente, é quando você sente desconforto que você cresce.”
A DoorDash é apoiada pelo SoftBank Vision Fund, a empresa de capital de risco Sequoia e a companhia de private equity do governo de Singapura. Há anos, a empresa de Xu tenta abrir capital. Neste ano, com pandemia, a ideia floresceu. A DoorDash registrou receita de US$ 1,9 bilhão nos nove meses encerrados em 30 de setembro, mais do que o dobro em relação ao ano anterior.
Xu nasceu na China e se mudou com sua família para os Estados Unidos em 1989, quando tinha 5 anos. Seu pai estudou na Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, que lhe concedeu um Ph.D. em engenharia aeronáutica. Sua mãe, uma médica na China, não pôde exercer a profissão nos Estados Unidos. Ela trabalhou em três empregos, inclusive como garçonete em um restaurante chinês local. Finalmente, abriu uma clínica médica e de acupuntura em Champagne, em Illinois, e mais tarde na área da baía de São Francisco, onde ainda trabalha. Xu frequentou a Universidade da Califórnia em Berkeley e se formou em engenharia industrial e pesquisa operacional antes de se matricular na Stanford Graduate School of Business, onde conheceu Moore.
Depois de se formar, em 2013, a dupla se juntou a Tang e Fang –dois estudantes de ciência da computação ainda no penúltimo ano– e começaram um aplicativo projetado para ajudar trabalhadores de restaurantes. Tang é o diretor de produtos, enquanto Fang é o diretor de tecnologia e ambos têm assento no conselho. Além disso, os dois fundadores também já foram foram Under 30 em 2015.
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A DoorDash agora entrega refeições para 18 milhões de clientes por mês de 390 mil restaurantes e comerciantes. Como muitos no competitivo mercado de entrega, a DoorDash ainda está perdendo dinheiro, relatando um prejuízo líquido de US$ 149 milhões nos primeiros nove meses de 2020, abaixo dos US$ 667 milhões registrados em 2019.
A plataforma sobreviveu a uma enxurrada de consolidação e negociação para se tornar o maior aplicativo de entrega de alimentos em maio, com mais de 45% do mercado. O domínio veio quando o GrubHub, rival da UberEats, foi adquirida pela Just Eat Takeaway.com por US$ 7,3 bilhões. Outra plataforma de delivery, a Postmates, tinha planos de iniciar uma oferta pública no início de fevereiro, na mesma época que a DoorDash, mas foi adquirida pela Uber por US$ 2,65 bilhões em junho.
Segundo a empresa de análise Second Measure, a DoorDash teve 49% de todas as vendas de entrega de refeição em setembro, comparado a 22% da UberEats e 20% da GrubHub, enquanto está prestes de se beneficiar do momento do IPO.
“Nesse cenário de pandemia, a entrega de alimentos é a principal ferramenta para obter refeições para muitos consumidores e essa tendência parece se acelerar com uma segunda onda”, diz o diretor-gerente da Wedbush, Dan Ives. “É uma época de ouro para o setor de delivery de comida.”
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