As notícias sobre o sumiço do cofundador da Alibaba, Jack Ma, têm gerado especulações nas redes sociais nos últimos dias. O paradeiro do empresário bilionário é desconhecido e a empresa não está comentando o fato.
Ma já foi a pessoa mais rica da China e foi visto pela última vez no Shanghai’s Bund Summit no final de outubro, quando criticou reguladores chineses por atravancarem a inovação. Em novembro, ele foi convocado para uma reunião com autoridades chinesas que impediram o IPO da fintech Ant Group, alguns dias antes do início do funcionamento da empresa. De acordo com o órgão de supervisão de mercado do governo chinês, a Alibaba está sob investigação por comportamento monopolístico. A Alibaba e a Ant Group não responderam a Forbes para comentar sobre o ocorrido. Em um relatório divulgado terça-feira (5), a CNBC disse que Ma não está desaparecido, e sim reservado.
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A ausência de Ma da esfera pública é parte de algo mais amplo. Como a Forbes noticiou anteriormente, nos últimos anos, pelo menos seis bilionários e grandes empresários desapareceram por um tempo, após quebrarem regras impostas pelo Partido Comunista Chinês. Em dezembro de 2015, foi relatado que Guo Guangchang, fundador e presidente do conglomerado de investimentos Fosun International, desapareceu. Posts de redes sociais afirmaram que viram Guo sendo levado pela polícia no aeroporto de Xangai.
Conhecido como o Warren Buffett chinês, Guo construiu sua empresa de capital aberto em Hong Kong, com recursos avaliados em US$ 115 bilhões com investimentos vindos da Ásia, Europa e América do Norte. A empresa suspendeu temporariamente as negociações de ações após notícias de que Guo estava apoiando autoridades judiciárias com investigações anônimas. Mais tarde, o empresário retornou à empresa, embora seu desaparecimento tenha ocorrido em meio à uma campanha anticorrupção que o presidente Xi Jinping iniciou depois de subir ao poder em 2012. Guo tem um patrimônio avaliado em US$ 7,5 bilhões e ainda preside a Fosun.
Em janeiro de 2016, a empresa de fast fashion Shanghai Metersbonwe Fashion & Accessories também suspendeu temporariamente as negociações de suas ações, ao afirmar que estava impossibilitada de contatar o bilionário fundador Zhou Chengjian. O jornal estatal “China Daily” disse que Chengjian havia sido detido pela polícia para ajudar com um suposto caso de manipulação de ações. Uma semana depois, a Metersbonwe disse à Shenzhen Stock Exchange que o empresário estava de volta, mas não deu mais detalhes. Um jornal afirma que Chengjian deixou a escola aos 12 anos de idade e tentou atuar na carpintaria e na alvenaria, antes de receber treinamento para vendedor. Mais tarde, ele criou a Metersbonwe, que teve uma receita de mais de US$ 800 milhões em 2019. A filha do bilionário é presidente da empresa, mas ele continua como o maior acionista, com uma fortuna de US$ 1,3 bilhão.
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Outro homem de negócios que desapareceu recentemente foi Ren Zhiqiang. O magnata chinês do setor imobiliário foi declarado desaparecido em março do ano passado após publicar um artigo online que atacava a gestão do governo chinês durante a pandemia de Covid-19. Mesmo não tendo citado o nome do presidente, ele fez referências ao líder chinês diversas vezes e o chamou de “palhaço”. Em março de 2020, uma amiga do empresário disse ao “The New York Times” que todos estavam “muito preocupados” e procurando por ele. O governo anunciou em julho que Ren –membro de longa data do Partido Comunista e filho de um ex-oficial do partido– tinha sido expulso do partido. Seus recursos foram apreendidos e ele foi condenado em setembro a 18 anos de prisão por receber propina e abusar de seu poder como presidente de uma empresa estatal, entre outras acusações. Seus apoiadores declaram que ele foi punido por se pronunciar contra Xi.
O grande executivo Xiao Jianhua, da empresa de investimentos Tomorrow Group, sumiu de Hong Kong sem maiores explicações. Em janeiro de 2017, ele saiu de um Four Seasons Hotel em uma cadeira de rodas, com a cabeça coberta. Depois disso, foi levado para a fronteira da China continental. Em julho de 2020, o Tomorrow Group disse em uma nota no WeChat que Jianhua estava na China ajudando autoridades em investigações sobre a empresa. O governo chegou a mais de seis empresas conectadas ao Tomorrow Group, algumas acusadas de esconder informações sobre o controle de ações e seus acionistas. Supostamente, o empresário tinha contato com grandes políticos chineses que facilitavam transações de negócios para ele. Jianhua ainda não reapareceu e o porta-voz da Tomorrow Group não comentou o caso.
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