O presidente Jair Bolsonaro confirmou ontem (8) que a questão de um pagamento de um novo auxílio aos vulneráveis está em estudo, ressaltando que as ações terão de ser tomadas tendo em mente a preocupação com a dívida pública e com as reações do mercado. “Eu acho que vai ter, vai ter uma prorrogação”, disse ele, em entrevista.
Segundo afirmou uma fonte do governo à Reuters, o que está sendo avaliado no momento é um benefício de R$ 200 a ser pago durante três meses a cerca de 30 milhões de vulneráveis que não estão incluídos no programa Bolsa Família. Bolsonaro disse que a primeira etapa do auxílio gerou um endividamento público da ordem de R$ 300 bilhões e ressaltou que um novo pagamento tem um custo, sendo que o ideal seria a economia voltar ao normal.
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“A questão do auxílio emergencial, não vamos fugir dele. Estamos em dificuldades? Estamos. Grande parte da população, está, é mais um endividamento, mas, se você não fizer com responsabilidade isso, você acaba tendo desconfiança do mercado, aumenta o valor do dólar, vira uma bola de neve”, avaliou. O presidente disse que há pressão pela volta do benefício, mas está sendo estudado uma “linha de corte”. “Foram 68 milhões de pessoas que receberam o auxílio emergencial, até quando a gente pode bancar isso daí?”, questionou.
Pouco antes da entrevista, Bolsonaro admitiu publicamente que o governo está negociando a retomada do auxílio ou algum tipo de ajuda financeira a pessoas que ficaram desamparadas durante a pandemia do novo coronavírus. “Estamos negociando com Onyx Lorenzoni, Paulo Guedes, (Rogério) Marinho, entre outros, a questão de um auxílio ao nosso povo que está ainda em uma situação bastante complicada”, disse Bolsonaro.
Ele também falou que o governo sabe que está no limite do endividamento e que deve se preocupar com isso. “Temos um cuidado muito grande com o mercado, com os investidores e com os contratos, que devem ser respeitados. Nós não podemos quebrar nada disso, caso contrário não teremos como garantir que o Brasil será diferente lá na frente”, destacou ele.
Bolsonaro, que desde o ano passado vinha se posicionando contrariamente à prorrogação do auxílio emergencial, encerrado em dezembro, fez esse aceno público do retorno do benefício em cerimônia no Palácio do Planalto. Nela, participaram os novos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), ambos vem defendendo a retomada do benefício desde a campanha para a sucessão das Casas Legislativas. O presidente do Senado já afirmou que espera uma solução para a questão do auxílio ainda nesta semana e evitou condicionar a ajuda à votação de medidas de ajuste fiscal.
Tarifa sobre combustíveis
Em meio a pressão de caminhoneiros e novos aumentos no diesel e na gasolina, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (8) que o governo prepara a apresentação de um projeto de lei que poderá alterar a cobrança do ICMS que incide sobre os combustíveis, mas fez questão de destacar que não quer embates com governadores.
“Nosso projeto de lei aqui diz uma coisa apenas: para regulamentar esta emenda constitucional de 2001 e fazer com que o Confaz (Conselho dos Secretários de Fazenda) decida como vai ser cobrado o ICMS, ou é um valor fixo como nós temos no tocante do PIS/Cofins sobre o litro de cada combustível, ou um percentual que vai incidir sobre o preço deste combustível nas refinarias”, disse.
O presidente também afirmou que a proposta visa evitar a bitributação, e ressalvou que ninguém vai perder receita com ela. Disse, porém, não considerar justo que os governadores ganhem receita com o ICMS toda vez que o preço dos combustíveis é elevado.
Segundo o presidente, os governadores são importantes para a solução do problema. Ele defendeu que haja previsibilidade na discussão de eventuais aumentos. “Não quero de jeito nenhum falar que os governadores são vilões e eu sou o mocinho”, disse. (com Reuters)
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