A estatal paranaense de energia Copel quer avançar em geração solar, o que passará pelo desenvolvimento de projetos para instalação de usinas fotovoltaicas em áreas já ocupadas por parques eólicos da companhia, disse um executivo hoje (24).
“A Copel tem uma participação tímida em solar, inauguramos neste ano um projeto de 5 megawatts. E a gente quer de fato, depois de começar a operar e testar um ativo, dar passos maiores”, afirmou o diretor de desenvolvimento de negócios da elétrica, Cássio Santana da Silva.
Segundo ele, o movimento da Copel visa aproveitar infraestruturas de complexos eólicos já operados pela empresa para viabilizar projetos “mistos”, que incluiriam também placas solares.
“Então é uma prioridade que está colocada para nosso time, que a gente possa usar nossa pegada eólica para que tenhamos usinas mistas”, explicou Silva, em transmissão online da Copel para investidores, o Copel Day.
A implementação de projetos híbridos, envolvendo tanto geração eólica quanto solar nas mesmas áreas, tem sido no momento alvo de discussões na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que busca definir uma regulamentação para esses empreendimentos. A agência disse no ano passado que trabalha em regras que incentivem essas usinas e permitam ao mesmo tempo otimizar o uso de seus sistemas de transmissão.
O diretor da Copel não detalhou quando projetos híbridos da empresa poderiam estar prontos para inscrição em leilões do governo que visam contratar novos projetos ou para venda da produção diretamente a clientes no mercado livre de energia.
Mas a Copel avaliará participação em todos os leilões previstos pelo governo neste ano, incluindo licitações para novos projetos de geração e de transmissão, segundo ele.
O diretor disse que, em transmissão, o maior foco é um leilão que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve realizar no segundo semestre, no qual é prevista a oferta de empreendimentos no Paraná, principal região de atuação da Copel.
A companhia avalia que projetos no Paraná teriam “sinergia muito forte” com suas operações, o que permitiria a ela ser mais competitiva na disputa da licitação, explicou Silva.
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AQUISIÇÕES
Além de disputar os leilões para novos projetos, a Copel seguirá avaliando oportunidades de aquisição de ativos, com prioridade para empreendimentos de geração operacionais ou que já possuam contratos para venda da produção futura.
“A prioridade é ‘brownfields’ (projetos operacionais), ativos renováveis, com destaque para eólicas e para ativos solares, ativos que capturem sinergias”, afirmou Silva, embora com a ressalva de que a empresa também analisará projetos “greenfield”, com obras ainda não iniciadas.
Estarão na mira principalmente projetos com algum porte, como parques solares com capacidade superior a 100 megawatts e eólicas acima de 150 megawatts, com prioridade para ativos no Rio Grande do Norte ou no Paraná, onde a empresa já opera.
Na área de transmissão, a busca é por novos empreendimentos que gerem uma receita anual (RAP) superior a 100 milhões de reais, disse o diretor.
PROJETOS ADIANTADOS
A Copel tem avançado em ritmo forte tanto na construção do complexo eólico Jandaíra, no Rio Grande do Norte, quanto nas obras da pequena hidrelétrica Bela Vista, que venderam parte da produção futura em leilões realizados pelo governo federal em 2018 e 2019.
O presidente da unidade de geração e transmissão da Copel, Moacir Bertol, disse que tanto a PCH Bela Vista quanto o parque eólico devem ser concluídos cerca de 2,5 anos antes dos cronogramas originais, que preveem entrega de energia a partir de janeiro de 2024 e 2025, respectivamente.
“Isso demonstra nossa gestão severa e eficiente no sentido de cumprir prazos e cronogramas”, afirmou Bertol durante a transmissão do Copel Day.
O investimento estimado no empreendimento eólico é de 400 milhões de reais, enquanto a PCH deve receber 200 milhões. (Com Reuters)
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