O secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, disse hoje (17) que, a julgar pelo calendário para vacinação de prioritários, deveremos entrar num período de “normalidade” entre o fim de junho e início de julho, do ponto de vista de projeções econômicas, e acrescentou que, no momento, a vacinação é o melhor instrumento de política econômica e fiscal.
“O objetivo do governo agora é esse: acelerar a produção ou importação de vacinas, o processo de vacinação das pessoas”, disse em entrevista à “GloboNews”, adicionando que a imunização tem correlação “total” com a retomada da economia, ecoando palavras do titular da pasta econômica, Paulo Guedes.
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Funchal voltou a fazer ponderações sobre a necessidade de controle de despesas, ao destacar que a capacidade de financiar novas rodadas de auxílio emergencial é “extremamente limitada”, depois de centenas de bilhões de reais gastos com o benefício em 2020 e da reedição de R$ 44 bilhões neste ano.
“A gente também precisa pensar em paralelo. A gente tem que pensar na crise agora e no pós-crise”, afirmou. “Não adianta a gente dar um passo equivocado neste momento e chegar ao pós-crise e a economia estar mais desorganizada. Quando a gente mais precisa gerar emprego para os mais pobres, a gente pode ter problemas se não tiver um bom gerenciamento dessa parte fiscal.”
O secretário do Tesouro acredita ainda ser preciso explicar mais os detalhes da PEC Emergencial – que permitiu a volta do coronavoucher – e ir além das medidas de gatilho e contrapartidas, já que, disse Funchal, o texto também engloba melhoria da gestão fiscal da União e controle de gastos de Estados e municípios.
“Precisamos de um tempo para maturar tudo que essa PEC traz. Aí acho que vão ficar cada vez mais claros todos esses benefícios. E aí a percepção do quão positiva foi essa aprovação vai se espalhar pelo mercado e pela sociedade.”
Perguntado sobre o custo adicional aos cofres do Tesouro de aumentos da Selic, Funchal afirmou que o Banco Central está fazendo seu trabalho, que é controlar a inflação, e que, se for necessário para isso elevar os juros, que assim seja feito.
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Ele calculou que a cada 1 ponto percentual de aumento da Selic a despesa com pagamento de juros cresce cerca de R$ 35 bilhões.
“O custo da dívida está em níveis mínimos históricos. Acredito que isso (o aumento de despesa com Selic mais alta) não deva atrapalhar o papel do BC”, afirmou, chamando atenção para a curva longa de juros –a mais correlacionada com investimentos e mais sensível aos riscos fiscais.
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