A Energisa, que controla 11 distribuidoras de energia nas diferentes regiões do Brasil, pretende utilizar sua ampla base de consumidores para expandir uma recém-lançada start-up de serviços financeiros, a Voltz.
A “fintech”, criada pelo grupo do setor elétrico em meados de 2020, apostará neste ano em promoções para ampliar o número de clientes em seu site e aplicativo para celulares, enquanto prepara também o lançamento de novos produtos, inclusive soluções de crédito para pessoas físicas, disse à “Reuters” o co-CEO da empresa, Tiago Compagnoni.
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Após começar oferecendo operações de antecipação de recebíveis com foco em fornecedores da Energisa e uma conta digital com cartão associado para o público em geral, a Voltz mira uma meta de alcançar 5 milhões de usuários em cinco anos, incluindo não-clientes da elétrica, em todos Estados do Brasil.
“Essas operações de recebíveis com fornecedores começamos em setembro, outubro do ano passado. O que podemos abrir é que nesse produto já passamos de R$ 100 milhões (movimentados)”, disse Compagnoni, em conversa por vídeo.
A Energisa possui mais de 20 mil fornecedores –com os quais movimenta cerca de R$ 5,5 bilhões por ano, o que abre para a Voltz oportunidades de operações como as com recebíveis–, além de um universo de 8 milhões de consumidores atendidos por suas distribuidoras em todas regiões do país, destacou ele.
De olho nesse potencial mercado, a fintech está lançando uma promoção pela qual clientes de distribuidoras Energisa que utilizarem a Voltz pagar as contas de luz geradas com QR-Code do Pix terão 10% desconto na primeira fatura, limitado a R$ 20.
Os descontos, já válidos para consumidores de empresas do grupo na Paraíba, Tocantins e Minas Gerais, devem ser estendidos para todo o Brasil nas próximas semanas, e serão concedidos com recursos do orçamento da Voltz, dentro de uma estratégia de aquisição de usuários, sem afetar a receita da Energisa.
A elétrica, no entanto, vai se beneficiar com reduções de custos caso os clientes passem a adotar os pagamentos via Pix com maior frequência, ao invés de boletos, pontuou Compagnoni.
“Estamos trabalhando com produtos financeiros que façam sentido dentro do próprio ‘ecossistema Energisa‘”, disse ele.
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Nesse sentido, a Voltz vê potencial importante na oferta de crédito aos usuários, que abriria caminho para produtos que poderiam ser desenhados com objetivo também de reduzir a inadimplência enfrentada pela Energisa junto a clientes.
Segundo Compagnoni, um dos chefes da Voltz, a Energisa “saiu na frente” ao explorar complementaridades entre seu negócio no setor de energia, a área de tecnologia e serviços financeiros.
A fintech também quer lançar brevemente uma conta digital pessoa jurídica, e estuda ainda serviços de educação financeira. (Com Reuters)
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