A Rede D’Or (RDOR3) confirmou na noite de ontem (18) uma oferta restrita de ações que pode levantar até R$ 6,75 bilhões, com base na cotação do fechamento de R$ 71,90. A notícia, que havia sido antecipada pelo Pipeline do Valor durante o dia, derrubou em 5,39% os papéis da empresa no fechamento de ontem. Hoje, as ações da D’Or tinham queda mais amena, com recuo de 0,58% às 14h55, horário de Brasília. O anúncio vem menos de seis meses após a Rede D’Or levantar R$ 11,4 bilhões no maior IPO de uma companhia brasileira desde 2013.
Para Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos, a desvalorização na esteira do anúncio revela que os “investidores estão interessados em entender o porquê [da oferta neste momento], principalmente com o escopo que a companhia tem.”
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“Se esse tivesse sido um follow-on com o objetivo de fazer novas aquisições, o mercado teria recebido a notícia de uma forma melhor e o sinal de alerta não teria sido acionado”, avalia Esteter. Apesar das dúvidas, o analista afirma que a diluição dos acionistas não é expressiva, como o observado em outros follow-ons e que a pressão de queda é momentânea.
A oferta pública terá inicialmente 62 milhões de ações ordinárias, sendo 25 milhões na distribuição primária e 37,5 milhões na distribuição secundária. E também poderá ser acrescido de 31 milhões de ativos como lote adicional.
Já Igor Cavaca, gestor de investimentos da Warren, comenta que “no IPO da companhia existia um plano de negócios voltado ao crescimento orgânico e inorgânico, mas a oferta com poucos meses de diferença sinaliza que aquele plano não necessariamente foi concretizado, o que [a empresa] acabou precisando de mais recursos para tal.”
No prospecto registrado na CVM (Comissão de Valores Imobiliários), a rede hospitalar afirmou que a precificação dos ativos ocorrerá quando terminar o período de reserva de ações para investidores qualificados – que possuem mais de R$ 1 milhão investidos – em 26 de maio. O montante captado será usado para arcar com os custos na construção de novos hospitais e expansão de unidades existentes, além de novas aquisições.
A Rede D’Or fechou o primeiro trimestre com o lucro líquido consolidado de R$ 402,4 milhões, alta de 254,6% em relação ao mesmo período de 2020 (R$ 113,5 milhões). O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) terminou o período com R$ 1,1 bilhão, alta de 86%.
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