O presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, disse hoje (18) que a mudança do banco central dos Estados Unidos nesta semana em direção a um aperto mais rápido da política monetária é uma resposta “natural” ao crescimento econômico e, em particular, à inflação, que vem se movendo mais rápido do que o esperado com a reabertura da economia.
Em entrevista à CNBC, Bullard disse que estava entre as sete autoridades do Fed que esperam que medidas mais agressivas, com os aumentos dos juros começando ano que vem, contenham a inflação que ele acredita que se provará ser mais persistente do que seus colegas esperam.
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Novas projeções econômicas divulgadas anteontem (16) pelo Fed após uma reunião de dois dias mostraram que um núcleo de 13 das 18 autoridades prevêem que um aumento dos juros provavelmente será necessário até o final de 2023, uma surpresa para muitos investidores e analistas.
Mas com a pandemia “chegando ao fim”, disse Bullard, uma mudança para políticas monetárias fora de um cenário de crise é normal.
“Esperávamos um ano bom, uma boa reabertura, mas este é um ano maior do que esperávamos, mais inflação do que esperávamos e acho natural que tenhamos nos inclinado para um pouco mais ‘hawkish’ aqui para conter as pressões inflacionárias”, disse Bullard à CNBC.
Anteontem (16), o Fed surpreendeu os investidores ao antecipar dois aumentos de 0,25 ponto percentual dos juros em 2023.
“Eu coloco o início no fim de 2022”, disse Bullard, para controlar a inflação que ele disse que chegará a 3% neste ano, excluindo o efeito dos voláteis custos de alimentos e energia, e permanecerá em 2,5% até 2022, excedendo a meta formal de 2% do Fed.
Os comentários de Bullard abrem o que provavelmente será um período intenso de esforços do Fed para falar com o público e os mercados globalmente sobre a mudança do banco central para uma política monetária pós-pandemia.
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A conversa sobre a mudança da política monetária começou aonteontem (16) com a abertura do que Bullard disse ser um debate “saudável” em várias reuniões sobre como e quando reduzir os US$ 120 bilhões do Fed em compras mensais de títulos emitidos pelo Tesouro e títulos lastreados em hipotecas (MBS).
Bullard também sinalizou um resultado potencialmente “hawkish”, dizendo que o Fed deve considerar abandonar primeiro suas compras de títulos lastreados em hipotecas, e ser “ágil” o suficiente para acelerar ou desacelerar o ritmo mensal de compras com base em como a economia se comporta. (Com Reuters)
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