O Ibovespa opera no vermelho na abertura do pregão de hoje (22), perdendo 0,38%, a 128.774 pontos perto das 10h11, horário de Brasília, após divulgação nesta manhã da ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) da reunião na última semana. O mercado também digere a aprovação da MP de privatização da Eletrobras pela Câmara, que agora será enviada para sanção presidencial. No exterior, os olhares se voltam para a fala do presidente do Federal Reserve dos Estados Unidos acerca das perspectivas de crescimento e preocupações com a inflação.
Nesta manhã, o Banco Central divulgou a ata da reunião do Copom, realizada na última semana, em que elevou a taxa Selic a 4,25%. O documento mostra que a autoridade avaliou a possibilidade de acelerar a alta dos juros em sua reunião da semana passada em meio a uma inflação persistente, mas entendeu que seria mais adequado manter o ritmo de aperto de 0,75 ponto-percentual, com a indicação de um possível aumento maior no encontro seguinte, em agosto.
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Segundo Rachel Sá, chefe de economia da Rico, a ata reforçou o tom mais duro (“hawkish”) do Banco Central. “O Comitê destacou mais uma vez sua preocupação com o comportamento da inflação corrente, especialmente sobre preços industriais e energia, e diante da resiliência maior do que o esperado da demanda.”
A especialista aponta dois motivos para o cenário: i) a leitura do Copom de que os riscos hoje são mais altos para a inflação subindo além da meta, mesmo considerando a alta prevista para a Selic; e ii) o fato de que a economia pode se provar ainda mais resiliente do que o Copom vê – intensificando esse cenário.
Em comentário no Twitter, a economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória, afirma que serão necessárias menos altas para convergir a inflação para a meta. “O tamanho da próxima alta, ou até onde vai a Selic, vai depender da evolução do cenário que, como bem destaca o Copom, tem muita incerteza.”
O dólar avança frente ao real nesta terça-feira, com os investidores reagindo à ata do Copom. Às 10h01, ele subia 0,25%, a R$ 5,034.
No exterior, destaque para o esboço de um comunicado do G20 em que líderes financeiros mundiais devem endossar no próximo mês um acordo estabelecendo um imposto corporativo mínimo global, pedindo ainda que o trabalho técnico seja concluído para aprovação da estrutura para implementação em outubro. O texto não faz menção a uma taxa específica para um imposto corporativo mínimo global nem traz outros detalhes importantes que ainda precisarão ser acordados por cerca de 140 países na reunião.
Nos Estados Unidos, os futuros dos índices apontam para abertura próxima da estabilidade, mas o destaque positivo vai para ações de setores ligados à retomada da economia, indicando uma reabertura bem-sucedida no país. Mais de 45% da população total do país já foi totalmente vacinada, e 53% já tomou a primeira dose.
Ainda hoje, Jerome Powell, presidente do Fed, fará um discurso no Congresso dos EUA acerca da postura do banco central norte-americano na pandemia. “Os investidores seguem ponderando e avaliando as perspectivas de crescimento contra as preocupações por conta da inflação, à espera da fala de Powell”, comenta Pablo Spyer, economista e sócio da XP Investimentos.
As bolsas europeias operam mistas nesta terça-feira, com investidores atentos às perspectivas de inflação e taxa de juros no continente. A Comissão Europeia aprovou hoje (22) o plano de € 25,6 bilhões da Alemanha para se recuperar da pandemia e tornar sua economia mais verde e digitalizada nos próximos anos, o esquema será financiado por subsídios da UE (União Europeia) apenas até 2026.
O Stoxx 600 sobe a 0,19%. Na Alemanha, o DAX avança 0,18%; enquanto o CAC 40 valoriza 0,16% na França; na Itália, o FTSE MIB tem queda de 0,08%. O FTSE 100 cai a 2,24% no Reino Unido, no dia em que se iniciam as negociações para aderir a um acordo comercial transpacífico que o governo vê como crítico para seu futuro pós-Brexit. O Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífica eliminará 95% das tarifas sobre bens e serviços entre os membros.
Os mercados asiáticos fecharam majoritariamente em alta. No Japão, o índice Nikkei subiu 3,12%; o Hang Seng, de Hong Kong, desvalorizou 0,63%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em leve alta de 0,03%; enquanto na China continental o índice Shanghai avançou 0,80%.
Os contratos futuros do minério de ferro negociados na China despencaram pela segunda sessão consecutiva nesta terça-feira. O contrato mais negociado do minério de ferro na bolsa de commodities de Dalian chegou a cair 5,2%, para 1.110 iuanes (US$ 171,75) por tonelada, e fechou em queda de 2,7%, a 1.139 iuanes por tonelada
O petróleo opera em baixa, com a esperança de uma rápida recuperação na demanda de petróleo nos mercados dos EUA e da Europa e queda nas expectativas de um retorno antecipado do petróleo iraniano. Às 9h40 da manhã, os futuros do petróleo Brent caíam 0,32%, para US$ 74,66 o barril, enquanto o WTI recuava a US$ 72,80 o barril, queda de 0,44%. (com Reuters)
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