No escritório, números e planilhas em diversas abas abertas no computador. Em casa, instrumentos musicais e fotos de shows de rock que marcaram sua vida. “Olha como eu estava cabeludo. Tinha 13 anos”, diz Ari Martire, head of sales do Kwai, enquanto mostra, em seu porta-retrato, uma foto com a jornalista Fátima Bernardes no Rock in Rio de 1991. “Esse foi meu primeiro festival.” 30 anos depois, o executivo relembra esses momentos para explicar de onde veio a sua paixão pela música e por que, aos 43 anos, ele concilia seu trabalho com os ensaios de sua banda de rock.
“Sob a ótica profissional, a música é um catalisador de criatividade e organização de pensamentos”, revela Ari, que não está sozinho nessa vida dupla entre escritório e estúdios. Para comemorar o Dia Mundial do Rock – celebrado no dia 13 de julho em homenagem ao Live Aid, famoso evento da história do gênero musical, que aconteceu nesse mesmo dia em 1985 – a Forbes Brasil decidiu procurar executivos que mergulharam nesse hobby a ponto de formarem bandas e até gravarem discos autorais. A surpresa no meio do processo, no entanto, foi encontrar tantas pessoas que se enquadram nesse perfil.
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Seja na área de finanças, vendas ou marketing, o que importa para esses profissionais é ter um tempo para oxigenar o cérebro enquanto tocam suas faixas preferidas. Para Betina Roxo, estrategista-chefe da Rico Investimentos, a música sempre teve um papel de inspiração para a vida profissional. Em uma entrevista para a Forbes em fevereiro deste ano, a jovem fez uma analogia musical para explicar seu cargo na empresa. Aspirante a pianista desde pequena, disse ser uma completa maestrina, equilibrando os talentos do time que comanda. “Em uma orquestra, há muitos músicos incríveis, alguns que tocam mais de um instrumento, mas, ainda assim, tem uma maestrina para ajudar na harmonia do som.”
Apenas alguns meses depois, Betina está novamente falando sobre música. Mas, dessa vez, como mais do que uma simples analogia. Junto de alguns colegas do mercado financeiro, como Rachel de Sá, chefe de economia da Rico, a executiva equilibra as análises econômicas com uma banda de rock que nasceu em meio à pandemia. “Começamos uma banda virtual. Cada um manda sua parte e nós juntamos depois”, conta ela, que é uma das cantoras do grupo junto de Rachel. Entre ensaios e apresentações em eventos online, Betina percebe, cada dia mais, o quanto o estímulo artístico faz sentido em sua vida.
“Antes de sermos analistas e gestores, somos pessoas”, destaca. “Temos a missão de democratizar o mercado financeiro, então passar essa mensagem de que é possível investir e, ao mesmo tempo, ter uma banda ou, quem sabe, surfar, é essencial. E, tudo isso, durante a semana, claro. Não podemos viver esperando os finais de semana.” Mais do que isso, a executiva acredita que o pessoal e o profissional estão intimamente ligados, o que faz com que um simples hobby possa impactar diretamente na produtividade no trabalho. “Quando você monta uma banda e todos precisam melhorar para que o som fique bom, é preciso trabalhar em equipe. Se apenas um estiver tocando bem, não adianta. Dentro de um escritório também é assim”, explica.
Seja pela saúde mental, pela criatividade ou pela simples paixão musical, bandas de rock são mais comuns do que parecem no mundo corporativo. Veja, na galeria abaixo, a história de 7 executivos que equilibram as planilhas com a vida nos palcos – ou, quem sabe, nos estúdios caseiros:
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Divulgação Marcelo Giufrida, CEO da Garde Asset
Diferente de grande parte das histórias, Marcelo Giufrida não tocava e não tinha uma banda na adolescência. Para ele, o que existia era um sonho distante. “Eu tinha vontade de tocar bateria, mas não tive a oportunidade. Primeiro os estudos, depois apartamentos pequenos que não acomodavam uma bateria. E, claro, a vida pessoal e profissional que tomava toda a minha atenção. Fui vivendo, mas sempre fiquei com isso na cabeça”, conta o CEO da Garde Asset. Foi apenas aos 49 anos, quando sua vida já estava mais estabilizada, que o executivo foi atrás de aulas particulares para aprender a tocar o instrumento que desejava desde tão jovem. “Comecei a tocar na vida adulta mesmo e pensei que deveria encontrar uma banda para mim.” Com algumas ligações, Giufrida encontrou amigos que também se interessavam por música e compraram a ideia.
“Em 2012, fizemos nossa banda de covers e, em pouco tempo, começamos a compor nossas próprias músicas”, conta, orgulhoso. Em 2013, a banda Cartas Marcadas lançou seu primeiro CD. Este ano, já planejam lançar o quinto álbum. “Tocamos um rock inspirado na fase do Cazuza, um rock dos anos 1980.” Mais do que show em bares e ensaios em estúdios, o grupo divulga suas músicas em um canal no Youtube – uma boa sacada em tempos de pandemia. Após dez anos conciliando a carreira formal com os palcos, Giufrida já entendeu o quanto essa vida paralela lhe faz bem. “Nessa década de banda, alguns músicos foram embora e outros entraram, o que amplia o círculo de amizade e laços mais fortes com as pessoas”, revela. “Além de tudo, tocar bateria é quase uma atividade física, então também me ajuda a aliviar o stress”, completa entre risadas.
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Divulgação Stanley Rodrigues, CFO da CI&T
Na infância, no interior de Minas Gerais, Stanley Rodrigues assistia seu pai tocando violão. A influência musical na família foi o bastante para que, aos 12 anos, o executivo decidisse seguir o mesmo caminho e aprender a tocar também. Com revistinhas que encontrava na banca de jornal perto de sua casa, aprendeu a tocar baixo, violão, guitarra e bateria. A paixão por bandas de rock, como Queen e Iron Maiden, impulsionavam ainda mais o seu aprendizado. “Eu era tão fã que pintava minhas próprias camisas de banda, já que elas não eram vendidas no interior. Também gravava fitas e reproduzia as capas dos discos”, recorda. E, como um bom rockeiro, Rodrigues também sonhava em ter uma banda de sucesso internacional. Na carroceria de caminhões, fazia shows pela cidade com alguns amigos.
Cada momento era especial, mas, claro, não durou para sempre. Formado em engenharia, Rodrigues mudou de cidade e começou a trabalhar na área de finanças, o que fez com que o rock ficasse em segundo plano – embora tenha tocado violão em diversas festas universitárias. Foi apenas aos 26 anos que a música começou a tomar um espaço importante novamente em sua vida. Com dinheiro para comprar os instrumentos que desejava, também começou a compor. Aos 32 anos, tinha mergulhado completamente nessa criação, finalizando um CD autoral completamente sozinho. “Até tirei férias do meu trabalho para finalizá-lo. Fiz desde a letra até a mixagem final”, conta ele. “Estava tão entregue que precisei tomar uma decisão: largar ou não a carreira nas finanças para seguir com a música.”
Rodrigues escolheu seu trabalho e até se afastou um pouco dos instrumentos para não cair em tentação. No entanto, quando seus filhos cresceram um pouco, a melhor fase musical de sua vida começou. “Meus filhos, naturalmente, sem que eu impusesse, começaram a pedir para tocar também. Na terceira vez que minha filha pediu para tocar violão, eu contratei um professor para ela. Depois, meu filho também chegou com as baquetas na mão pedindo para que eu o ensinasse”, relembra. Hoje, já na adolescência, eles são os grandes parceiros do executivo nos palcos. “O lado esquerdo da minha sala é um estúdio, está cheio de instrumentos. Minha esposa também abraçou isso, brincamos que ela é nossa manager.” E a banda familiar não toca apenas em casa. Eventos comemorativos também fazem parte do calendário de shows.
“Eu sou da área de finanças, então as pessoas se surpreendem com essa minha trajetória”, conta Rodrigues, que planeja gravar mais um CD autoral – mas, dessa vez, junto de seus filhos. “Isso é uma delícia. Eu acho que muito do sucesso profissional depende do nosso lado humano. Eu gosto de números, mas é legal fazermos coisas diferentes no nosso dia a dia. A música representa isso. Você pode ir do agudo para o grave e viver de contrastes.”
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Divulgação Ari Martire, head of sales do Kwai
A paixão de Ari Martine pela música tende a ser genética. Suas primeiras memórias musicais são de sua tia, que era musicista e tocava violão clássico nos almoços de fim de semana na casa de sua avó. “De tanto escutar, na adolescência eu acabei optando por estudar contrabaixo e acompanhar mais o mundo da música”, recorda o head of sales do Kwai. Na época, o jovem também teve uma clássica banda de garagem, que acabou assim que os integrantes começaram a estudar e ingressar na vida adulta. “Nesses períodos a gente se afasta e se distancia dessa questão de ter uma banda. Mas, eu nunca perdi o elo, continuei tocando.”
Com o costume sempre presente, não demorou muito para que Martire vislumbrasse a oportunidade de criar uma banda novamente. Aos 26 anos, fez um novo ciclo de amizades: os pais dos amigos de sua filha, que tinha acabado de entrar na escola. Coincidentemente, essas pessoas também gostavam de rock e tocavam instrumentos, um match perfeito para a vida do executivo. “Fizemos uma banda chamada The Rustys e começamos a tocar em festas de aniversário de amigos. Depois de um tempo, fomos para os bares também”, conta, animado. Para ele, o rock dos anos 1980 é mais do que um hobby ocasional. Com instrumentos espalhados pela casa toda, a música o ensina a ter um espírito de banda, seja em sua vida pessoal ou profissional.
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Divulgação Cassio Pantaleoni, vice-presidente de digital experience da Adobe para a América Latina
Aos 15 anos, Cassio Pantaleoni trocou os discos de Beatles e Creedence que ouvia com seu pai para começar a explorar um rock mais pesado. “Uma fase de rebeldia”, brinca ele. Foi nessa fase, pesquisando novas bandas, que descobriu a Jethro Tull, um grupo musical dos anos 1970 que trabalhava a música de uma forma diferente. Para início de conversa, a flauta era um dos grandes instrumentos da banda – o que não era muito comum na época. Inspirado pela originalidade, o executivo começou a tocar violão e, claro, flauta.
Na época, seus amigos estavam focados no rock dos anos 1980, então, embora Pantaleoni tenha tido bandas, ele não tocava exatamente o que desejava. “Tocamos muita coisa diferente, mas ninguém queria tocar um rock mais antigo comigo”, recorda. Foi apenas em 2018, quando já mantinha sua flauta há 12 anos dentro de uma gaveta, que o vice-presidente de digital experience da Adobe para a América Latina teve a oportunidade que sempre sonhou. “Eu estava como presidente do SAS Brasil e nós íamos fazer um evento. Então, tive uma ideia maluca de tocar rock na abertura do evento. Tinha muita gente que tocava instrumentos diferentes, então toparam. E, modéstia à parte, foi um tremendo sucesso. Ninguém me reconheceu no início porque estava trajado de roqueiro. No meio do show, mudava de roupa no palco e aparecia como executivo.”
Após sentir a emoção de tocar o que gostava em cima de um palco, o executivo organizou, em novembro de 2019, um show beneficente com outras bandas do mercado financeiro. “Fizemos um show de duas horas e meia para 600 pessoas em uma noite chuvosa em São Paulo. Foi um dia histórico, recolhendo alimento e dinheiro para doação.” Realizado musicalmente, Pantaleoni começou a organizar vários projetos, que foram impedidos de se concretizar por conta da pandemia. O que o executivo não sabia é que, durante o isolamento social, sua relação com a música ficaria ainda mais forte.
“Meu sonho de adolescência era tocar Jethro Tull. É uma banda mais difícil de tocar, com uma estrutura diferente. Então, comecei a fazer contato com fãs da banda ao redor do mundo inteiro. Montei uma banda online e nós decidimos gravar as músicas mais difíceis desse grupo dos anos 1970. Surpreendentemente, ficou incrível”, revela. O primeiro vídeo, postado no YouTube, chamou a atenção de outros fãs, o que acabou criando uma rede de contatos online. Batizado de The Old Grey Mouse, o canal na plataforma de vídeos publica um cover por mês. “É um trabalho sem tamanho, tudo virtual. Eu comprei até equipamento de gravação de vídeo profissional. Isso virou um hobby para mim”, afirma o executivo, que ainda espera o fim da pandemia para impulsionar outro projeto pessoal: a banda de executivos com os colegas do mercado financeiro. Aos 57 anos, Pantaleoni faz educação vocal e explora a flauta novamente. Para ele, poder se desafiar novamente é um privilégio completo.
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Luciana Aith Betina Roxo e Rachel de Sá, estrategista-chefe e chefe de economia da Rico Investimentos
“Para rockstars, somos ótimas analistas”, brinca Betina Roxo sobre a Rock Pickers, sua banda de executivos. Apaixonada por música desde pequena, a estrategista-chefe da Rico Investimentos sempre se definiu como “aspirante a pianista”, mas, embora gostasse de tocar, a relação com os instrumentos não estava mais tão presente em sua vida. No último ano, no entanto, tudo mudou. Apesar de não ser a pianista da banda, Betina já pode se definir como cantora da Rock Pickers nas horas vagas.
“Tudo começou com o podcast de finanças Stock Pickers. Os apresentadores Thiago Salomão e Renato Santiago gostam muito de rock e as conversas com os entrevistados sempre acabavam nesse assunto”, conta a executiva. “Um dia, um dos seguidores do programa, dono da School of Rock do Itaim, sugeriu que eles fizessem uma banda do mercado financeiro. Todos acharam uma boa ideia e, ainda na mesma semana, o Salomão me mandou uma mensagem perguntando se eu sabia tocar algum instrumento.”
Familiarizada com piano e violão, Betina foi colocada para tocar guitarra e baixo. “Fiquei em choque”, lembra, entre risadas. “Fizemos um primeiro teste e eu toquei guitarra e cantei. Decidi cantar porque a guitarra ficou horrível, então achei que pelo menos na voz eu poderia me garantir.” E o plano deu certo. Como voz oficial da Rock Pickers, a executiva decidiu que não se apresentaria em cima de um palco sozinha. “Tinha que chamar alguém tão sem noção quanto eu, então liguei para a Rachel de Sá”, revela.
Chefe de economia da Rico Investimentos, Rachel já havia cantado em corais na infância, então topou o desafio. “Somos uma dupla, tanto na Rico quanto na banda – e até no surfe”, destaca a executiva. Para ela, ser incentivada por colegas de trabalho a mergulhar em seus hobbies é um privilégio. “Uma motiva a outra. Isso muda nossas vidas. Podermos resgatar o que fazíamos na infância e na adolescência é incrível. Muita gente já teve uma veia artística, seja em teatro, música ou pintura, e deixou para trás como se fosse apenas coisa de criança. Isso atrapalha muito na vida profissional. Sem arte não há criatividade.”
Com ensaios em quase todas as segundas-feiras e apresentações online, a Rock Pickers possui um papel importantíssimo no trabalho de Betina e Rachel. “Achamos um tempinho para fazer as coisas, mas também estamos trabalhando. Isso o torna um profissional melhor, com mais paciência”, revela a chefe de economia. “Se algum pensamento não está fluindo, deixe de lado por um tempo e vá oxigenar sua mente.”
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Divulgação Marcelo Bonanata, diretor de vendas da Helbor
Para muitos meninos, o sonho de vida é se tornar um grande jogador de futebol. Mas, aos 13 anos, o executivo Marcelo Bonanata já havia se considerado um “perna de pau”. Seu futuro ideal não tinha torcidas, campos e bolas, mas sim música, instrumentos e um público alvoroçado. “Eu queria gravar um disco e ficar famoso com a minha banda, o próprio Guns N’ Roses”, brinca. Até os 18 anos, o então jovem investiu nesse sonho, montando bandas com seus amigos e tocando nos bares à noite. No entanto, a temida fase de escolher um curso de graduação chegou e, diferente de alguns colegas que seguiram os estudos na música, Bonanata decidiu cursar direito. “Ali, eu parei de tocar. Mas os instrumentos são iguais às bicicletas, você nunca desaprende.”
Aos 45 anos, após mais de 25 anos sem tocar e com um cargo estável como diretor de vendas da incorporadora imobiliária Helbor, Bonanata decidiu provar se essa teoria estava certa: fez novos amigos que gostavam de rock e voltou a tocar baixo. “Um belo dia, fomos para um estúdio brincar de tocar e colocamos o vídeo nas redes sociais. Alguns amigos donos de um bar viram o conteúdo e vieram perguntar se faríamos um show no espaço deles. Topamos, falamos para todo mundo e o bar lotou. Acabou até a cerveja”, relembra o executivo, animado.
“Em três meses, montamos um repertório e começamos a tocar novamente. Combinamos de fazer cerca de quatro shows por ano, para que o hobby continuasse leve, sem compromissos”, explica. Batizada de Rote 8.0, em homenagem ao rock dos anos 1980, a banda continuou mesmo em tempos de pandemia. “Fizemos até um show em formato de live para a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), de Mogi das Cruzes”, revela. Para ele, a música não representa mais o grande sonho adolescente de ter uma banda internacionalmente famosa. Já estabilizado em sua carreira, Bonanata enxerga o hobby como uma oportunidade de relaxar e oxigenar o cérebro. “O mercado de vendas de imóveis trabalha o ano inteiro, de segunda a segunda, feriado e dia santo. Não tem descanso, então ter um tempo para pensar em outras coisas é essencial. Tocar baixo me tira da zona de conforto e recarrega minha bateria”, conclui.
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Lu Alcantara Thais Ceroni, head de marketing Brasil do SAS para América do Sul
“Com um ano e meio eu cantava Gal Costa para o meu pai filmar”, conta Thais Ceroni, head de marketing Brasil do SAS para América do Sul. “Apesar de sempre ter sido tímida, era muito extrovertida quando o assunto era música”. Aos 12 anos, ganhou seu primeiro violão e também começou a fazer aulas de teclado. Embora gostasse da vida de apresentações escolares, tudo ficou distante quando entrou na faculdade e começou a trabalhar. “Só fui retomar uns 10 anos depois, em 2008, quando comecei a fazer aulas de canto.” Até então, era tudo muito caseiro. Músicas no chuveiro e na sala de estar.
Mas, em 2013, a primeira oportunidade de criar uma banda surgiu. Na festa de aniversário da empresa onde trabalhava, os funcionários se uniram para fazer um show comemorativo. “Deu muito certo”, diz Thais, relembrando os aplausos e gritos de apoio. Até o final de 2019, mesmo com os membros do grupo mudando de empresa e cargo, a banda CXS continuou de pé, tocando inclusive em bares de São Paulo. Desde então, por conta da pandemia, a executiva diz esperar ansiosa pela retomada das noites de show – e, possivelmente, para o lançamento de um álbum autoral ainda este ano. Enquanto isso, aproveita, dentro de casa, os sons de Marina Lima, Green Day, Foo Fighter e Pearl Jam. “Música é um hobby que pode ser acessado a qualquer momento. Quando estou estressada, paro um pouco, toco e já consigo voltar a trabalhar muito melhor”, revela. “Além disso, assim como as pessoas que fazem teatro para lidar com a timidez, a banda me ajuda a encarar os palcos, não apenas os dos bares, como os corporativos também.”
Marcelo Giufrida, CEO da Garde Asset
Diferente de grande parte das histórias, Marcelo Giufrida não tocava e não tinha uma banda na adolescência. Para ele, o que existia era um sonho distante. “Eu tinha vontade de tocar bateria, mas não tive a oportunidade. Primeiro os estudos, depois apartamentos pequenos que não acomodavam uma bateria. E, claro, a vida pessoal e profissional que tomava toda a minha atenção. Fui vivendo, mas sempre fiquei com isso na cabeça”, conta o CEO da Garde Asset. Foi apenas aos 49 anos, quando sua vida já estava mais estabilizada, que o executivo foi atrás de aulas particulares para aprender a tocar o instrumento que desejava desde tão jovem. “Comecei a tocar na vida adulta mesmo e pensei que deveria encontrar uma banda para mim.” Com algumas ligações, Giufrida encontrou amigos que também se interessavam por música e compraram a ideia.
“Em 2012, fizemos nossa banda de covers e, em pouco tempo, começamos a compor nossas próprias músicas”, conta, orgulhoso. Em 2013, a banda Cartas Marcadas lançou seu primeiro CD. Este ano, já planejam lançar o quinto álbum. “Tocamos um rock inspirado na fase do Cazuza, um rock dos anos 1980.” Mais do que show em bares e ensaios em estúdios, o grupo divulga suas músicas em um canal no Youtube – uma boa sacada em tempos de pandemia. Após dez anos conciliando a carreira formal com os palcos, Giufrida já entendeu o quanto essa vida paralela lhe faz bem. “Nessa década de banda, alguns músicos foram embora e outros entraram, o que amplia o círculo de amizade e laços mais fortes com as pessoas”, revela. “Além de tudo, tocar bateria é quase uma atividade física, então também me ajuda a aliviar o stress”, completa entre risadas.
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