O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse hoje (9) que a reforma tributária ou será bem feita ou não sai ao afirmar que é “conversa” a discussão sobre um eventual aumento de imposto com a proposta, embora tenha reafirmado a sua intenção de introduzir a taxação de dividendos.
“Reforma tributária nunca sai do jeito que a gente quer… ou vai sair bem feita ou não vai sair. Não vai ter esse negócio de aumentar imposto, isso é conversa, não vai ter isso não”, disse Guedes em webinar organizado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
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Em sua fala, o ministro voltou a defender o Imposto de Renda sobre dividendos. Ele ressalvou que seria muito bonito, por elegância teórica, fazer a tributação antes e deixar a estrutura financeira neutra, mas reconheceu que socialmente é muito difícil de explicar.
Atualmente, não há tributação sobre dividendos e o texto enviado recentemente pelo governo prevê uma taxação em 20%.
“O imposto sobre dividendos está entre 20% e 40% no mundo inteiro, e no Brasil é zero”, disse ele, no encontro.
“A empresa é uma abstração, teoricamente o imposto poderia ser zero sobre a empresa. Mas, na verdade, a renda sobre os mais ricos –não interessa se ela vem de salário, de aluguéis, de bônus milionários ou de dividendos– ela deveria cair no progressivo e ponto final”, destacou ele.
O ministro disse que até há tecnologia para se fazer “tudo direito”, mas avaliou que no mundo real “tudo é mais difícil”, citando lobby e pressões.
Em meio a críticas sobre a proposta de reforma tributária do governo, Guedes defendeu nesta semana o texto em comissões da Câmara dos Deputados e também em um almoço com importantes empresários brasileiros em São Paulo.
Aos empresários, o ministro assegurou ontem (8) que eventuais distorções da reforma tributária –encaminhada recentemente pelo governo ao Congresso Nacional– serão corrigidas, segundo uma fonte relatou à Reuters. Ele manteve, entretanto a disposição de taxar dividendos, conforme a fonte.
EXTRAORDINÁRIO
No webinar, Guedes disse que o ex-presidente Roberto Castello Branco fez um trabalho “extraordinário” no comando da Petrobras.
“Castello fez um trabalho extraordinário à frente da Petrobras, não tenho nenhuma observação”, destacou.
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Indicado por Guedes para comandar a petrolífera desde o início do governo Bolsonaro, Castello Branco deixou a estatal no início do ano em meio a críticas do presidente em relação aos sucessivos aumentos de preços dos combustíveis no país pela companhia, a despeito de eles serem diretamente influenciados pela cotação internacional do barril de petróleo e pelo câmbio.
Bolsonaro colocou no lugar dele o general Joaquim Luna e Silva, que comandava Itaipu. (Com Reuters)
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