O governo quer em seis meses baixar em 10% a TEC (Tarifa Externa Comum) do Mercosul, disse hoje (19) o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendendo que a investida será útil para barrar o aumento da inflação.
“Estamos atrasados até. É até bom que ajuda a travar um pouco essa alta de inflação que está havendo aí, a gente dá uma travada. É uma hora de aumentar a oferta de alimentos, aumentar a oferta de aço, de material de construção, tudo isso aí dá uma acalmada no setor”, disse ele, ao participar de audiência da Comissão de Relações Exteriores do Senado.
Segundo Guedes, a redução da TEC representa um passo inicial modesto, mas necessário para sinalizar para os parceiros a intenção do governo brasileiro de prosseguir com maior abertura comercial.
“Eu estou tão envergonhado de fazer esse pequeno passo só de 10%. Mas é atitude de respeito à indústria nacional, dizendo ‘olha, levanta do sofá e começa a correr na esteira um pouquinho só para não ficar sentado, só para não engordar e perder competitividade‘. Que aliás é o que tem acontecido ao longo dos últimos 30, 40 anos”, disse.
No âmbito do Mercosul, ele afirmou que o Uruguai concorda com o Brasil quanto à redução das tarifas e também na defesa de liberdade para os integrantes do bloco fazerem acordos, enquanto a Argentina é contra e o Paraguai “está em cima do muro”.
O ministro destacou que o governo não quer que a cláusula de consenso no Mercosul seja de veto, afirmando que o país é grande demais e com muitos desafios para ser prisioneiro de um arranjo institucional ideológico e que não se moderniza.
Em abril, o ministro já tinha dito que o Brasil havia feito proposta para diminuição de 10% na tarifa.
Guedes lembrou que desde 2011 a relação entre as trocas brasileiras com o Mercosul e o comércio do país com o resto do mundo não supera 10% e que, para o bloco ter importância, é preciso que se modernize.
“Brasil está com 13%, 14% de tarifa média, três vezes tarifa do mundo“, disse.
INVESTIMENTO DO NDB
O ministro indicou, durante sua fala, que o NDB (Novo Banco de Desenvolvimento), o banco do Brics, irá dar um salto para quase US$ 5 bilhões investidos no país, ante US$ 700 milhões “nos últimos quatro, cinco anos”.
A cifra contempla, segundo Guedes, cerca de US$ 1,5 bilhão “em projeto verde que vem aí”, além de “3 ou 4 bilhões que já estão encomendados”.
Atualmente, o NDB é presidido por Marcos Troyjo, ex-secretário especial de Comércio Exterior do Ministério da Economia.
Guedes defendeu que bancos como o NDB, BID e Banco Mundial têm por vocação básica investir na construção de infraestrutura transnacional. Falando de projetos desse tipo, o ministro disse que a estrada para ligar Georgetown, na Guiana, a Boa Vista, em Roraima, é “certamente prioridade“. (Com Reuters)
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