O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revisou sua projeção para a inflação neste ano a 7,1%, frente cálculo de 5,9% anteriormente, bem acima do teto da meta do Banco Central.
O centro da meta oficial para a inflação em 2021 é de 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual acima ou abaixo.
Para 2022, o Ipea calcula alta do IPCA de 4,1%, contra objetivo de 3,50%, também com margem de 1,5 ponto.
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Segundo o Ipea, as taxas de inflação brasileiras seguem bastante pressionadas devido a uma combinação de aceleração de preços monitorados, inflação de alimentos e bens industriais em patamares elevados e movimento inicial de recomposição dos preços dos serviços.
O instituto destacou ainda em sua mais recente revisão que parte da alta da inflação já era esperada, mas problemas climáticos, o relaxamento do isolamento social e a retomada do emprego trouxeram pressões adicionais aos preços.
“As sucessivas altas das cotações das commodities no mercado internacional e os eventos climáticos adversos – a longa estiagem e a ocorrência de geadas em regiões de produção agrícola – surpreenderam negativamente e desencadearam novos aumentos de preços de alimentos e de energia”, afirmou o Ipea em sua Carta de Conjuntura.
“Adicionalmente, a recuperação do mercado de trabalho formal e o relaxamento das medidas de distanciamento social, em razão do avanço da vacinação, trouxeram, nos últimos meses, um maior dinamismo ao setor de serviços, gerando margem para uma recomposição de preços nesse segmento”, completou.
Para o Ipea, as perspectivas para os próximos meses são de mais pressão, derivadas dos combustíveis e energia elétrica, além de alimentos e serviços.
“A perspectiva de continuidade de alta nos preços dos alimentos no mercado internacional, especialmente das proteínas animais, aliada à variação recente maior que prevíamos, elevou a projeção de alimentos no domicílio de 5,0% para 6,9%”, explicou o instituto.
O Ipea também considera que a aceleração das matérias-primas no mercado internacional, combinada ao aumento da utilização da capacidade instalada na indústria e os estoques abaixo do nível desejado, deve manter os preços dos bens industriais pressionados, elevando a estimativa de alta para esse segmento neste ano a 6,6%, de 4,8%.
Já a inflação para serviços passou a ser calculada em 5,0%, de 4,0% antes, diante da retomada do setor com a reabertura da economia.
Em relação ao cenário para 2022, a perspectiva é de uma certa acomodação, dado que a trajetória de alta dos juros pode ser um freio para o aumento dos preços.
“Para 2022, as expectativas estão ancoradas em uma acomodação nos preços internacionais das commodities e na baixa probabilidade de um fenômeno La Niña intenso, gerando, por conseguinte, menor pressão sobre alimentos, combustíveis e energia elétrica”, informou o Ipea.
“Os riscos à inflação em 2022 seguem associados aos preços das commodities e à taxa de câmbio”, completou.
O IPCA acumulou nos 12 meses até julho alta de 8,99%, de acordo com dados do IBGE.
O mercado, por sua vez, tem elevado semana após semana suas estimativas para a inflação deste ano, com a pesquisa Focus realizada pelo BC divulgada ontem (23), mostrando estimativa agora de 7,11%, de 7,05% na semana anterior, na 20ª alta seguida. (com Reuters)
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