A Iguatemi teve uma disparada do lucro no segundo trimestre, apoiada num ganho extraordinário com seu investimento na Infracommerce, enquanto o aumento de receita com a gradual reabertura dos shoppings foi ofuscado em parte com o efeito de descontos concedidos a lojistas afetados pela crise da Covid-19.
A administradora de shopping centers anunciou ontem (9) que seu lucro de abril a junho somou R$ 279 milhões, um salto de 502,8% ante mesma etapa de 2020.
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Grande parte disso deveu-se à atualização do valor do investimento da companhia na Infracommerce, que estreou na bolsa no começo de maio e, desde então, já teve valorização superior a 50%. A Iguatemi tem quase 10% da Infracommerce.
No plano operacional, o uso da capacidade dos shoppings da empresa subiu de 16% para 92% entre o começo e o final do trimestre, à medida que o avanço da vacinação levou governos regionais a reduzirem progressivamente as medidas de isolamento.
Com isso, as vendas totais em lojas dos shoppings da Iguatemi tiveram crescimento de 354,4% ante mesma etapa de 2020, o pior período das medidas de lockdown, a R$ 2,7 bilhões. Apesar disso, as vendas ainda ficaram um pouco abaixo dos níveis registrados no mesmo período de 2019.
Se por um lado, a retomada gradual das operações normais ajudou a Iguatemi a ter uma receita bruta trimestral 42,9% maior do que em igual etapa de 2020, a R$ 225,6 milhões, a concessão de descontos nos aluguéis a lojistas fez o aumento da receita líquida ser de apenas 5,9%, a R$ 168,4 milhões.
Além disso, o lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda), que somou R$ 107,5 milhões, foi 5,3% menor do que um ano antes, com a margem caindo 7,5 pontos percentuais, para 63,8%.
De todo modo, a companhia citou no relatório que está adotando “uma política mais agressiva de cobrança, retirando gradativamente os descontos concedidos a lojistas” e “uma postura comercial mais rígida”.
Em junho, a Iguatemi anunciou proposta de reestruturação que prevê incorporação de suas ações pela Jereissati Participações e saída do Novo Mercado da B3, alegando que isso lhe permitirá “executar a estratégia de crescimento de forma mais acelerada”.
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