O Ibovespa opera em queda na abertura do pregão de hoje (28), perdendo 0,67%, a 112.823 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. O índice segue o sentimento pessimista global, que acompanha projeções de queda no crescimento da China e debates político-econômicos nos Estados Unidos. Os investidores domésticos, por sua vez, digerem a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) e o resultado do ICI (Índice de Confiança da Indústria) de setembro.
O indicador cedeu 0,6 ponto, a 106,4 pontos, dando sequência à baixa registrada em agosto após subir pelos quatro meses anteriores, segundo dados da FGV (Fundação Getulio Vargas) desta terça-feira. Segundo a instituição, a pressão inflacionária e incertezas em várias frentes motivaram a queda.
O Copom (Comitê de Política Monetária) publicou nesta terça-feira a ata de sua última reunião. O texto mostrou que o Banco Central (BC) ponderou subir os juros para além do ajuste de 1 ponto que acabou adotando, mas chegou à conclusão que, considerando o cenário de incertezas sobre os choques na inflação, era melhor aumentar o ciclo de aperto na Selic para patamar “significativamente contracionista”.
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O BC também apontou que a elevação em um ponto era adequada para garantir a convergência da inflação para a meta em 2022, enquanto avalia com mais cautela o estado da economia após o impacto causado pela crise da Covid-19.
Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimento, diz que a autoridade reafirmou a mensagem que o ciclo poderá ser longo o suficiente para que haja a convergência das expectativas de inflação para o horizonte relevante. “Assim, reforçamos nossa perspectiva de que a Selic será conduzida até 9,25% na primeira reunião de 2022 [em 3 de fevereiro], ao passo de 100 [pontos base] até lá.”
Em Brasília, a Petrobras volta aos holofotes após o presidente da companhia, Joaquim Silva e Luna, defender a manutenção de sua política de preços. A declaração foi feita horas depois de o presidente Jair Bolsonaro afirmar publicamente sua intenção de reduzir o preço dos combustíveis, levando investidores a temer uma interferência política na estatal.
O dólar avança frente ao real nesta quarta-feira, em meio a temores fiscais domésticos e alta na demanda pela divisa norte-americana no exterior. Às 10h10, a divisa norte-americana subia 0,59%, a R$ 5,40 na venda.
Nos Estados Unidos, os futuros dos índices apontam para abertura no vermelho, enquanto os investidores operam em compasso de espera por discursos de importantes lideranças econômicas no país. Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, e Janet Yellen, secretária do Tesouro, falam em audiência no Senado hoje às 11h00.
Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, afirma que os EUA enfrentam um problema econômico, pois o governo vem gastando mais e se aproxima do teto de gastos. “Os democratas não conseguiram aprovar uma alteração do teto com os republicanos, e há um risco de apagão no país. Aconteceu algo semelhante em 2011, mas novamente é preciso acompanhar as discussões.”
Os mercados asiáticos fecharam mistos, apesar de grandes bancos reduzirem suas expectativas para o PIB da China de 2022. O Citi reduziu sua estimativa de crescimento para o próximo ano a 4,9%, ante 5,5%, citando contágios da crise da dívida da gigante Evergrande. O Goldman Sachs informou nova projeção de 7,8%, abaixo dos 8,2% previstos anteriormente.
O Hang Seng, de Hong Kong, valorizou 1,20%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em baixa de 0,68%; na China continental, o índice Shanghai subiu 0,54%; enquanto no Japão o índice Nikkei recuou 0,19%.
As bolsas europeias operam em queda, acompanhando os discursos econômicos norte-americanos e as preocupações com o crescimento chinês. O Stoxx 600 cai a 1,44%; o CAC 40 desvaloriza 1,40% na França; na Itália, o FTSE MIB tem recuo de 0,87%; enquanto o FTSE 100 decresce 0,05% no Reino Unido.
Na Alemanha, o DAX recua 1,13%, enquanto os parlamentares do país debatem possíveis alianças para definir quem substituirá a cadeira de Angela Merkel, após eleições no país.
Os contratos futuros de carvão metalúrgico e do coque da China subiram nesta terça-feira, alimentados por preocupações com a oferta restrita em meio ao endurecimento das regras de emissões de gases de efeito estufa de Pequim, embora a demanda por ingredientes siderúrgicos permaneça morna com as usinas reduzindo a produção.
Os preços do carvão metalúrgico na Bolsa de Commodity de Dalian subiram 5,4%, para 3.000 iuanes (US$ 463,95) por tonelada, e fecharam em alta de 5,1%, a 2.992 iuanes por tonelada. Já os contratos futuros de minério de ferro de referência na bolsa de Dalian recuaram após avançar por três sessões consecutivas e caíram 2,9%, para 678 iuanes (US$ 104,05) por tonelada.
Os preços do petróleo operam em alta nesta terça-feira, em meio a preocupações com limitações da oferta e aumento do consumo. Por volta das 9h55 da manhã, os futuros do petróleo Brent subiam 0,60%, para US$ 79,19 o barril, enquanto o WTI avançava a US$ 76,00 o barril, alta de 0,73%. (com Reuters)
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