O Ibovespa opera em alta na abertura do pregão de hoje (27), ganhando 0,65%, a 107.113 pontos, perto das 10h10, horário de Brasília. A atenção do mercado se direciona para o resultado da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) ao final do dia, que deve trazer um novo aumento na taxa Selic.
Enquanto isso, novos resultados corporativos e indicadores econômicos domésticos movimentam a Bolsa. No mercado internacional, os investidores repercutem os lucros corporativos desta temporada de balanços, que sustentam o otimismo nos EUA, e preocupações na Europa. Tensões regulatórias na China voltam ao radar.
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Pablo Spyer, economista-sócio da XP Investimentos, explica que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e sua equipe estão pressionados a acelerar o ritmo de crescimento dos juros de 1 ponto percentual a 1,5 ponto. “É preocupante, mas a média das expectativas está em 1,67 ponto. O mercado acredita que o aumento precisa ser mais duro devido ao furo no teto dos gastos, à escalada da inflação e à alta no dólar.”
O índice de preços ao produtor subiu 0,40% em setembro, menor aumento desde dezembro do ano passado e abaixo da taxa de 1,89% registrada em agosto sobre julho, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira. A desaceleração da alta do índice foi puxada por queda de 16,48% nos preços das indústrias extrativas, que tirou 1,24 ponto percentual da variação do índice completo.
Também segundo o Instituto, a taxa de desemprego no país recuou para 13,2% no trimestre encerrado em agosto, uma redução de 1,4 ponto percentual em relação ao trimestre até maio (14,6%). Apesar do recuo, isso ainda corresponde a 13,7 milhões de pessoas em busca de um trabalho no país. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada hoje (27).
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 1,2 ponto, a 105,2 pontos, sua terceira queda mensal consecutiva, informou a FGV (Fundação Getulio Vargas). A Fundação justificou o resultado citando incertezas em várias frentes que têm afetado a percepção dos empresários tanto sobre o momento atual, quanto sobre o futuro do setor. Apesar da leitura negativa, o ICI continua acima dos patamares pré-pandemia.
Em Brasília, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) afirmou que pretende pautar a votação da PEC dos Precatórios na Casa ainda hoje.
O dólar é negociado em queda contra o real, em dia de forte expectativa pela decisão de política monetária do Banco Central. Às 10h10, a moeda recuava 0,31%, a R$ 5,5546.
Os índices dos EUA ensaiam abertura alta, com o otimismo dos investidores sustentado pelos resultados corporativos, após mais um dia de alta recorde na véspera.
Júlia Aquino, especialista em investimentos da Rico, relata que 30% das empresas listadas no S&P 500 reportaram seus resultados e 82% delas superaram as expectativas de lucro. “No entanto, investidores ainda mantêm preocupações de que a escassez de matérias-primas e o aumento dos salários e dos custos de energia pressionem margens de lucros no futuro, complicando o caminho da recuperação econômica global.”
Os mercados europeus operam em território negativo, com mineradoras liderando as quedas após temores de uma intervenção chinesa no setor atingirem os preços dos metais, enquanto relatórios mistos de lucros corporativos mantêm os investidores atentos.
O Stoxx 600 cai 0,31%; na Alemanha, o DAX recua 0,38%; o CAC 40 desvaloriza 0,32% na França; na Itália, o FTSE MIB é negociado em baixa de 0,59%; enquanto, no Reino Unido, o FTSE 100 cai 0,14%.
As Bolsas asiáticas fecharam em queda nesta quarta-feira, com novas preocupações regulatórias gerando a maior liquidação de papéis de tecnologia da China. As empresas de tecnologia do país listadas em Hong Kong foram fortemente pressionadas. Os papéis da Tencent caíram 2,99% na quarta-feira, enquanto a Alibaba cedeu 2,95% e a Meituan recuou 5,09%. O índice Hang Seng Tech caiu 3,19% para 6.441,62.
O índice Shanghai, da China, fechou em baixa de 0,98%; o Hang Seng, de Hong Kong, teve queda de 1,57%; o BSE Sensex, de Mumbai, cedeu 0,34%. No Japão, o índice Nikkei recuou 0,03%.
No mercado de commodities, os contratos futuros do aço chinês caíram nesta quarta-feira, com os preços das matérias-primas despencando em meio à intervenção do governo para aliviar os preços das commodities, enquanto a demanda pelo metal industrial permaneceu contida por controles de produção.
Os contratos futuros mais ativos do carvão metalúrgico e do coque na Bolsa de Commodities de Dalian caíram 9%, a 2.704 iuanes e 3.430 iuanes, respectivamente, atingindo seus limites diários de negociação. Já os futuros do minério de ferro de referência na bolsa de Dalian, para entrega em janeiro, fecharam em alta de 1%, para 707 iuanes por tonelada.
Por fim, os preços do petróleo recuam nesta quarta-feira depois que os estoques de petróleo bruto e de combustível aumentaram mais do que o esperado na última semana nos EUA. Às 9h50 desta manhã, o Brent caía 1,20%, a US$ 84,62 o barril, enquanto o WTI avançava 1,29%, a US$ 83,56 o barril. (com Reuters)