A economia da zona do euro cresceu mais do que o esperado e em seu ritmo mais rápido em um ano no terceiro trimestre, com as restrições à Covid-19 sendo continuamente atenuadas, mostraram dados preliminares nesta manhã.
Economistas esperavam, em média, aumentos trimestral de 2,0% e anual de 3,5% em comparação com valores de 2,1% e 14,2%, respectivamente, do segundo trimestre. A economia contraiu no quarto trimestre de 2020 e nos primeiros três meses de 2021.
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Dados divulgados nesta manhã mostraram que a Alemanha, a maior economia da zona do euro, cresceu 1,8% no trimestre, menos do que o esperado, enquanto a França, a segunda maior economia, avançou 3%, acima do projetado.
Para a zona do euro como um todo, foram indicados números de apenas nove países, com apenas a Áustria crescendo a um ritmo superior ao da França. As taxas de crescimento mais baixas foram na Letônia (+0,3%) e Lituânia (zero).
A próxima estimativa para o crescimento do bloco será publicada em 16 de novembro.
Os dados vêm depois de uma primeira estimativa para os Estados Unidos que mostrou na quinta crescimento de 2,0% ao ano, abaixo das expectativas do mercado e em seu ritmo mais lento em mais de um ano, uma vez que a variante Deltado coronavírus e a escassez de bens restringiram os gastos.
A inflação da zona do euro ultrapassou as expectativas neste mês e se igualou a sua máxima histórica, criando um dilema de política monetária para o Banco Central Europeu (BCE), que tem consistentemente subestimado o estresse criado pela reabertura da economia com a flexibilização dos bloqueios à Covid-19.
Nos 19 países que compartilham o euro subiu para 4,1% em outubro, de 3,4% um mês antes, superando a previsão de consenso, de 3,7%. A leitura é a mais alta desde 2008 e se iguala ao recorde da série, iniciada em 1997.
O crescimento econômico disparou à medida que consumidores voltaram às lojas e estabelecimentos, mas muitas empresas não têm conseguido atender à demanda, o que tem pressionado os preços, que já estão sendo impulsionados pelo aumentodos custos das commodities.
A inflação foi impulsionada principalmente por preços de energia e aumentos de impostos, crescentes pressões sobre os preços decorrentes de gargalos de oferta também foram visíveis na alta dos preços de serviços e de bens industriais, mostraram dados da Eurostat na manhã de hoje.
A taxa de inflação de 4,1% já é mais do que o dobro da meta do BCE e é provável que acelere ainda mais nos próximos meses, antes de um lento recuo no próximo ano, quando alguns fatores técnicos pontuais forem eliminados da base de comparação.
Embora os preços da energia tenham respondido pela maior parcela da inflação, os preços subjacentes também ficaram acima de 2%, e os “hawkish” (mais conservadores na política monetária) do BCE podem aproveitar para argumentar que é hora de desacelerar o estímulo extraordinário.