As vendas do mercado brasileiro de veículos leves em 2022 devem crescer cerca de 10%, para cerca de 2,4 milhões de unidades, estimou hoje (10) o presidente da Stellantis para América do Sul, Antonio Filosa.
“Não vejo porque não poderíamos pensar, talvez, em um mercado pouco abaixo de 2,5 milhões (de unidades)”, afirmou o executivo a jornalistas. “Pode ter algum obstáculo novo, mas, neste momento, espero 2,4 milhões, 2,45 milhões, que é um crescimento de mais ou menos 10% sobre este ano”, acrescentou.
A companhia, formada neste ano pela junção das marcas da Fiat Chrysler com as da PSA, viu nesta semana o retorno à sua principal fábrica no país, em Betim (MG), de 970 funcionários que estavam em layoff desde 4 de outubro.
Filosa afirmou que o ritmo da demanda aliado à soluções de problemas no fornecimento de autopeças para o setor automotivo global permitiu o retorno dos funcionários e que os 1.800 restantes afastados no início de outubro possam ser reincorporados à fábrica em 2022. A unidade emprega 13 mil trabalhadores diretos e 3 mil indiretos.
“Seguramente 2022 vai ser um ano melhor do que este…A América do Sul sempre representa desafios, mas enxergo sinais claros que justificam o otimismo”, disse o executivo.
Segundo ele, a Stellantis conseguiu neste ano ganhar de 2 a 2,5 pontos percentuais em participação de mercado no Brasil, de rivais que tiveram mais dificuldades no fornecimento de autopeças para manter a produção, algo que não pretende perder quando da normalização da atividade dos concorrentes.
Para isso a empresa tem mantido os lançamentos de novos modelos, que incluiu neste ano o primeiro utilitário esportivo (SUV) da marca Fiat feito no país, o “Pulse”, e o SUV de grande porte Commander, da Jeep, além da versão automática da picape Nova Strada, hoje (10). Para 2022, um novo utilitário da Fiat a ser produzido no país será lançado, disse Filosa.
“Quero que os novos modelos consigam compensar esse ganho temporário de market share na gestão do fornecimento em relação aos competidores”, afirmou o executivo. “Nossa carteira de encomendas é robusta, continua crescendo em velocidade muito forte”, acrescentou sem dar números.
Questionado se a empresa terá ter lucro na região neste ano, em meio às dificuldades com a Covid-19 e problemas na oferta de componentes, Filosa preferiu não comentar, mas afirmou que em 2020 a empresa teve um resultado de “break-even” (equilíbrio), pressionado pela pandemia, e “neste ano fomos melhores”.