O lucro líquido do Wells Fargo para o quarto trimestre, divulgado hoje (14), superou as estimativas dos analistas, uma vez que a recuperação econômica dos Estados Unidos incentivou a tomada de empréstimos e o banco manteve um controle rígido sobre os custos.
O lucro saltou 86% para US$ 5,8 bilhões, influenciado por um ganho de US$ 943 milhões com a venda de unidades incluindo a de gestão de ativos.
De acordo com estimativas da Refinitiv, a Wells Fargo lucrou US$ 1,25 por ação, excluindo itens, em comparação com a média das projeções de analistas de US$ 1,13.
A receita total aumentou 13%, para US$ 20,9 bilhões, também superando as estimativas de US$ 18,9 bilhões.
No geral, o negócio principal do banco apresentou números fortes, com empréstimos emitidos no final do ano 1% acima em comparação anual e 4% superiores ao trimestre anterior.
“As mudanças que fizemos na empresa e as fortes perspectivas de crescimento econômico contínuo nos fazem sentir bem sobre como estamos posicionados em 2022”, disse o presidente-executivo, Charlie Scharf, em comunicado.
As despesas não decorrentes com juros caíram 11%, para US$ 13,2 bilhões, impulsionadas por menores custos de pessoal, encargos de reestruturação e perdas operacionais, fechando um ano de corte de gastos agressivo no banco.
As ações da Wells Fargo ficaram praticamente estáveis nas negociações de pré-mercado, tendo ganho 20% desde o início do ano.
O diretor financeiro do Wells, Mike Santomassimo, disse a jornalistas que o banco está buscando um corte de custos adicional de US$ 3,3 bilhões em 2022.
Scharf, que fez dos cortes de custos a pedra angular de seu plano de recuperação, tem como meta uma economia anual de US$ 10 bilhões a longo prazo.
O quarto maior banco dos EUA está na mira de órgãos reguladores desde 2016, quando um escândalo relacionado a práticas de vendas veio à tona e levou a instituição a pagar bilhões de dólares em multas e restituições.
O Wells Fargo também opera sob um teto de ativos de US$ 1,95 trilhão imposto pelo Federal Reserve em 2018, o que prejudicou sua capacidade de aumentar a receita com juros ao melhorar o crescimento de empréstimos e depósitos.
“Também continuamos cientes de que ainda temos um esforço de vários anos para satisfazer nossos requisitos regulatórios – com reveses que provavelmente continuarão ao longo do caminho – e continuamos nosso trabalho para deixar para trás as exposições relacionadas às nossas práticas históricas”, disse Scharf.