Na semana passada, os bilionários ucranianos Rinat Akhmetov e Vadim Novinsky viajaram para a cidade de Mariupol para avisar aos funcionários de mineração e siderurgia do Grupo Metinvest que eles receberiam aumentos salariais.
“Acreditamos em Mariupol, acreditamos na Ucrânia”, disse Akhmetov, a pessoa mais rica do país, cujos ativos incluem o conglomerado de mineração. “Continuaremos trabalhando, continuaremos construindo, continuaremos investindo.”
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Mariupol, uma cidade portuária que abriga quase meio milhão de pessoas, começou a ser bombardeada ontem (24), após o presidente russo, Vladimir Putin, ordenar um ataque à Ucrânia. Putin já havia deixado claro seu interesse em Mariupol, depois que as tropas russas invadiram as regiões separatistas do leste da Ucrânia, Donetsk e Luhansk.
Mariupol fica no Mar de Azov, dentro das fronteiras reivindicadas pela autodeclarada República Popular de Donetsk, uma região separatista na fronteira leste entre Ucrânia e Rússia.
Grande parte da atenção tem sido direcionada aos oligarcas russos e suas potenciais perdas devido a sanções internacionais. Hoje, as ações russas despencaram. Mas a meia dúzia de bilionários da Ucrânia tem provavelmente muito mais a perder com o conflito armado.
De acordo com a Forbes Ucrânia, o valor de quaisquer ativos mantidos nas regiões separatistas de Donetsk e Luhansk provavelmente caiu cerca de 40% nos dias que antecederam o ataque, enquanto outras partes do país perderam pelo menos 20%.
Alguns bilionários que haviam fugido da Ucrânia retornaram nos últimos dias para mostrar seu apoio ao governo. “Eles perceberam que Putin representa uma ameaça clara para toda a Ucrânia e também para seus ativos”, diz Taras Berezovets, analista político ucraniano e apresentador de TV.
“[O presidente russo] não se importa com os oligarcas ucranianos ou se eles foram leais a ele. Todo mundo entende que qualquer ucraniano agora, incluindo magnatas, são inimigos do regime de Putin.”
Os oligarcas da Ucrânia deixaram de lado suas diferenças com o governo de Volodymyr Zelensky e qualquer sentimento pró-Rússia para se unirem às autoridades em Kiev.
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“Houve uma grande reunião de magnatas ucranianos com o presidente Zelensky [no dia 23/02]. Todos declararam sua prontidão para ajudar”, diz Berezovets. Esse apoio vai desde financiar as forças armadas ucranianas até usar os vastos ativos industriais do grupo para produzir armas.
Com o aumento das tensões com a Rússia no início deste mês, o bilionário Petro Poroshenko, ex-presidente da Ucrânia, voltou para casa para ajudar seu país. Ele e Zelensky deixaram de lado as disputas políticas, que incluíram acusações criminais contra Poroshenko, e se encontraram na terça-feira (22). O ex-mandatário apresentou um plano para fortalecer as capacidades de defesa da Ucrânia, incluindo defesas aéreas e antimísseis.
Um projeto de lei para aumentar o financiamento para o Exército ucraniano foi aprovado pelo parlamento na terça-feira. O texto foi supostamente proposto por Poroshenko há seis semanas.
“A Ucrânia está em perigo, e quando o país está em perigo, os ucranianos sempre se uniram”, disse o bilionário à Espresso TV antes do encontro com Zelensky. O objetivo do plano era “aumentar significativamente o preço que Putin pagará se decidir continuar a invadir a Ucrânia”, disse.
“Poroshenko e Zelensky são inimigos jurados, mas quanto mais nos aproximamos dessa guerra, mais unidade você pode ver”, diz Peter Zalmayev, diretor da Eurasia Democracy Initiative.
Em 22 de fevereiro, enquanto centenas tomavam as ruas de Mariupol para protestar contra as ações da Rússia, Akhmetov deixou claro de qual lado estava. Ele anunciou que sua holding SCM pagaria 1 bilhão de hryvnias ucranianos (US$ 34 milhões ou R$ 174,4 milhões) em impostos para sustentar as finanças do Estado.
“Nosso objetivo comum é uma Ucrânia forte, pacífica, independente e unida dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas”, disse ele em comunicado à Interfax-Ucrânia. “Todos devem fazer tudo o que estiver ao seu alcance para fortalecer o país. A unidade é uma questão de sobrevivência do país agora.”
Akhmetov sabe o que está em jogo. Ele foi duramente atingido pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia em 2014. Vários de seus ativos – incluindo imóveis, dezenas de postos de gasolina e o estádio do Shakhtar Donetsk, um dos times de futebol mais bem-sucedidos da Ucrânia – tornaram-se praticamente inúteis da noite para o dia depois que os territórios foram tomados.
Isso pode acontecer em breve com todos os ativos de bilionários ucranianos no país se a invasão de Putin for bem-sucedida em derrubar o governo Zelensky. “Seus ativos estão em perigo, especialmente os de Rinat Akhmetov, porque a maioria de suas fábricas e empresas estão localizadas em Mariupol e Dnipro”, diz Berezovets.
“No primeiro estágio [da invasão] a Rússia atacou principalmente alvos militares, mas, no próximo estágio, eles podem atacar também fábricas industriais pertencentes a oligarcas ucranianos, porque querem destruir o potencial industrial [da Ucrânia]. Seus ativos podem ser destruídos com vários mísseis ou ataques aéreos.”
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Até Novinsky, o bilionário ucraniano mais pró-Rússia, se uniu em torno de seu país. Nascido na Rússia, ele obteve a cidadania ucraniana em 2012 e foi reeleito para o Parlamento em 2019 como membro do partido pró-russo Bloco de Oposição.
Novinsky, que recentemente tentou iniciar negociações pacíficas com a Rússia, foi um dos bilionários que inicialmente fugiram do país, mas a indignação pública pode ter contribuído para seu retorno. “Novinsky voltou imediatamente”, diz Zalmayev. “Houve uma indicação de que, pelo menos por enquanto, há um apoio unificado do atual governo.”
Leia a seguir um resumo de como os bilionários da Ucrânia reagiram às ações recentes da Rússia e quanto eles podem perder na guerra.
Rinat Akhmetov
Akhmetov fortaleceu seu compromisso com a Ucrânia em sua declaração na terça-feira (22) em resposta à decisão da Rússia de reconhecer as repúblicas separatistas em Donetsk e Luhansk.
“Quero enfatizar que meus negócios continuarão com todos os investimentos que planejamos para 2022, independentemente dos cenários terríveis que enfrentamos”, disse ele.
“Isso inclui investimentos em Mariupol. Já instruí minha fundação a ajudar na retirada de pessoas, envio de medicamentos e tudo o que for necessário, se necessário. Faremos tudo para evitar um desastre humanitário”.
Filho de um mineiro de carvão, Akhmetov começou comprando ativos de mineração durante uma onda de privatizações na Ucrânia na década de 1990. Ao visitar Mariupol na semana passada, o bilionário revelou que não vai à sua cidade natal, Donetsk, desde 2014, quando foi tomada por separatistas apoiados pela Rússia.
Embora Akhmetov ainda ganhe muito dinheiro na Rússia – o braço russo da Metinvest, a Metinvest Eurasia, tem filiais ou escritórios de vendas em 11 cidades no país – ele se voltou cada vez mais para a Europa e para os mercados ocidentais nos últimos anos, refletindo a política nacional da Ucrânia.
As tensões anteriores entre ele e o presidente ucraniano parecem estar diminuindo. Em janeiro, dois meses depois que Zelensky afirmou que Akhmetov e outros oligarcas estavam tramando um golpe contra ele, o governo ucraniano pagou uma dívida de mais de US$ 100 milhões (R$ 512,8 milhões) que tinha com a empresa de energia renovável de Akhmetov.
Em última análise, Akhmetov pode ter muito a ganhar com o aprofundamento do realinhamento da Ucrânia para o Ocidente e para longe da Rússia, especialmente no setor das energias renováveis. Embora a Ucrânia abrigue gasodutos que transportam gás natural russo para a Europa Ocidental, suas planícies tornam o país ideal para a energia eólica. O maior ativo de Akhmetov no setor é a DTEK Renewables, que opera seis usinas eólicas e solares na Ucrânia, incluindo o maior parque eólico da Ucrânia, nas margens do Mar de Azov, a oeste de Mariupol.
“Ele está realmente mirando os mercados europeus de várias maneiras diferentes, então suas preocupações econômicas certamente estão alinhadas com os interesses de segurança da Ucrânia”, disse Emily Channell-Justice, diretora do Programa Temerty Contemporary Ukraine do Instituto de Pesquisa Ucraniano de Harvard.
Ainda assim, os ativos de Akhmetov na Rússia podem estar ameaçados agora que a guerra estourou. “A Rússia pode confiscar quaisquer bens pertencentes a magnatas ucranianos em seu território”, diz Berezovets. “Eles podem fazer isso com muita facilidade, mesmo sem nenhuma decisão judicial, apenas por um simples decreto.”
Vadim Novinsky
O mais pró-russo dos oligarcas da Ucrânia, Novinsky apresentou uma proposta de plano de ação ao Parlamento ucraniano em 21 de fevereiro que previa negociações com membros do Parlamento da Rússia para diminuir a crise e garantir uma paz sustentável entre os dois países.
A proposta previa a formulação de uma posição comum para evitar uma nova escalada e reduzir as tensões militares, incluindo o estabelecimento de um grupo de legisladores russos e ucranianos.
Novinsky também sugeriu que a Ucrânia trabalhasse em conjunto com a Rússia e incentivasse Moscou a reenviar seus diplomatas a Kiev.
Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e vários outros países ocidentais transferiram temporariamente suas embaixadas para Lviv, uma cidade perto da fronteira ocidental com a Polônia, na semana passada.
No final de janeiro, Novinsky havia colocado em dúvida a possibilidade de uma invasão russa à Ucrânia, duvidando da veracidade de um relatório de inteligência britânico que citava um possível golpe russo que substituiria as autoridades eleitas da Ucrânia por um governo liderado pelo parlamentar pró-Rússia Yevhen Murayev.
Em entrevista ao jornal “Financial Times”, Novinsky chamou essas reportagens de “completa bobagem”, acrescentando que “a única maneira de haver um governo fantoche é se houver uma invasão”.
À medida que ficou mais claro que Putin havia decidido a favor de um ataque em grande escala, Novinsky também mudou de tom. “Ele entendeu o perigo do regime de Putin, então tem se comportado como um patriota ucraniano”, diz Berezovets.
“Ninguém sabe se foi sincero ou apenas algum tipo de jogo, mas qualquer oligarca ucraniano pode ser alvo de Putin muito facilmente. Não é uma questão de Novinsky ser pró-Rússia. Putin não se importa. Qualquer um do outro lado é um alvo em potencial.”
Victor Pinchuk
Pinchuk é o fundador da Interpipe, uma grande produtora de produtos siderúrgicos que compõe a maior parte de sua fortuna. Assim como Akhmetov, ele foi duramente atingido pelo conflito de 2014 – a Interpipe perdeu quase todos os seus negócios na Rússia após a ocupação da Crimeia.
Um dos bilionários ucranianos mais pró-ocidente, Pinchuk costuma participar do Fórum Econômico Mundial em Davos, onde é conhecido por oferecer cafés da manhã focados na Ucrânia. Ele também tem uma grande coleção de arte e imóveis na Europa, incluindo casas em Londres e na Sardenha.
“Pinchuk vem organizando essas grandes conferências internacionais na Ucrânia e recebendo convidados de alto nível da Europa e dos EUA”, diz Channell-Justice, de Harvard.
Na iminência da guerra, Pinchuk organizou e hospedou um “almoço ucraniano” na Conferência de Segurança de Munique em 19 de fevereiro, quando passou uma mensagem de moradores da cidade ucraniana de Dnipro aos participantes. Ele havia visitado o local três dias antes junto com vários políticos europeus.
“Vamos lutar, estamos tensos, mas não vamos entrar em pânico”, disse ele ao público. “Não acreditamos que [a invasão] acontecerá, mas estamos prontos. Contamos com o forte e total apoio da Europa e do Ocidente. Esperamos que você sinta sua responsabilidade.”
Pinchuk também tem trabalhado nos bastidores para angariar apoio para a Ucrânia no Ocidente. “Ele organizou muitas reuniões extra-oficiais com autoridades ocidentais para convencê-los a conseguir mais assistência à Ucrânia. Ele manteve um perfil discreto, mas organizou muitas reuniões”.
Ihor Kolomoyskyy
Um dos primeiros oligarcas a empurrar a Ucrânia em uma direção pró-europeia, Kolomoyskyy – um barão do petróleo que fez fortuna no setor bancário – supostamente gastou milhões financiando e equipando batalhões militares voluntários para ajudar a deter as tropas russas em 2014.
Ele também concordou em se tornar governador de sua região natal de Dnipro, servindo no cargo de março de 2014 até março de 2015, quando foi demitido pelo então presidente da Ucrânia, o também bilionário Petro Poroshenko.
Mas cinco anos após a anexação da Crimeia pela Rússia, Kolomoyskyy aparentemente mudou de ideia. Ele começou a insistir que a Ucrânia se aliasse à Rússia, acusando o Ocidente de fornecer apoio econômico e militar insuficiente à Ucrânia. “Temos que melhorar nossas relações”, disse ele ao New York Times em 2019. “As pessoas querem paz, uma vida boa, não querem estar em guerra. E [os americanos] estão nos forçando a estar em guerra, e nem estão nos dando dinheiro para isso.”
Uma vez visto como uma das figuras mais poderosas do país, ele processado na Ucrânia, nos EUA e no Reino Unido por acusações de corrupção do período em que foi governador de Dnipro, bem como por má conduta financeira no PrivatBank, o maior banco da Ucrânia, que ele cofundou na década de 1990 com o colega bilionário Henadiy Boholyubov.
“Ele é uma espécie de persona non grata [no Ocidente] neste momento”, disse Channell-Justice, de Harvard.
O problema no PrivatBank começou em 2016, quando o governo ucraniano nacionalizou o banco para evitar seu colapso. Um ano depois, em dezembro de 2017, o Reino Unido congelou mais de US$ 2,5 bilhões (R$ 13 bilhões) em ativos pertencentes a Kolomoyskyy e Boholyubov, apoiando o PrivatBank em uma ação judicial contra seus ex-proprietários.
Em março de 2021, Kolomoyskyy foi alvo de sanções do Departamento de Estado dos EUA por corrupção sob sua vigilância na região de Dnipro. A pasta abriu um processo de confisco de fundos contra ele e Boholyubov em janeiro por suposta fraude e roubo do PrivatBank.
Kolomoyskyy já foi um aliado próximo do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, o comediante que virou político estrelou um programa de TV chamado “Servo do Povo” que foi exibido na rede de TV de Kolomoyskyy, mas o relacionamento azedou.
Em setembro, o governo Zelensky aprovou uma lei de “desoligarquização” destinada a reduzir o poder econômico das pessoas mais ricas da Ucrânia, e Kolomoyskyy foi incluído em uma lista de oligarcas. Na lista também aparecem Akhmetov, Pinchuk, Poroshenko e outro bilionário ucraniano, Kostyantin Zhevago.
Em uma entrevista de 24 de janeiro à Forbes Ucrânia, o ministro da Justiça de Zelensky, Denys Maliuska, reiterou o compromisso do governo com a lei, que proíbe os oligarcas listados de financiar partidos políticos e participar da privatização de empresas estatais.
Mesmo assim, a lei não teve muito impacto até agora e Kolomoyskyy e Zelensky mantiveram “contatos próximos”, segundo Berezovets.
Apesar de ter sido um dos apoiadores mais ativos do governo ucraniano em 2014, Kolomoyskyy tem sido mais discreto recentemente. “Ninguém sabe o que Kolomoyskyy está fazendo”, diz Berezovets. “Não espero que ele participe como fez em 2014, quando era o oligarca anti-Rússia mais ativo da Ucrânia”.
Petro Poroshenko
Conhecido como o “rei do chocolate” por fundar a Roshen, o maior grupo de confeitaria da Ucrânia, Poroshenko foi eleito presidente em maio de 2014, dois meses após a Rússia anexar a Crimeia.
Ele emergiu como um dos críticos mais ferozes da Rússia e construiu laços mais estreitos com o Ocidente, assinando um acordo de associação com a União Europeia que havia ficado muito tempo parado um mês depois de assumir o cargo.
Em 2019, ele sofreu uma derrota esmagadora e perdeu o cargo para Zelensky. Um ano depois, promotores ucranianos abriram mais de 20 processos criminais contra Poroshenko, alegando uma série de acusações que vão de traição a “usurpação de poder”. Ele negou todas elas, chamando-as de “puramente políticas”.
Em dezembro de 2021, ele foi acusado de alta traição e de apoiar organizações terroristas por supostamente financiar os separatistas apoiados por Moscou em Donetsk e Luhansk.
Poroshenko acusou as autoridades de agirem com motivações políticas e fugiu da Ucrânia para a Polônia, mas retornou um mês depois. Dois dias após voltar ao país, em 19 de janeiro, um tribunal se recusou a prendê-lo e permitiu que ele permanecesse livre e sem fiança enquanto aguarda julgamento.
Mas o processo está suspenso depois que Poroshenko se encontrou com Zelensky na terça-feira (22) para discutir seu plano de aumentar a prontidão militar da Ucrânia e aumentar as defesas em torno de Kiev.
Ele também declarou seu apoio à futura adesão de Kiev à Otan e enfatizou que a Rússia representa uma ameaça para o mundo inteiro, não apenas para a Ucrânia.
Ele já havia expressado sentimentos semelhantes em uma entrevista em 18 de janeiro para Christiane Amanpour, da CNN. “Não confiem em Putin, porque ele não cumpre sua palavra”, disse ele.
“Não tenham medo de Putin. O mundo inteiro deve se unir contra Putin. A maneira de fazer isso é aumentar significativamente o preço que ele pagaria se tomasse a decisão absolutamente louca de atacar a Ucrânia.”
Outros bilionários
Os outros bilionários ucranianos procurados pela Forbes não falaram publicamente sobre a invasão da Rússia até agora.
Kostyantin Zhevago, que fez fortuna na mineração e aparece no projeto de lei de desoligarização de Zelensky, serviu no parlamento da Ucrânia de 1998 a 2019. Nos últimos anos ele atuava como independente, mas no passado foi membro de um partido pró-Europa liderado pela ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko.
Apesar de seu histórico de envolvimento político, Zhevago não se pronunciou sobre a situação atual. Nem Henadiy Boholyubov, ex-parceiro de negócios de Ihor Kolomoyskyy.
Três outros bilionários nascidos na Ucrânia que vivem fora do país – Vlad Yatsenko, fundador da fintech Revolut, com sede no Reino Unido, e Alex Shevchenko e Max Lytvyn, cofundadores da ferramenta de verificação gramatical Grammarly – também não comentaram os eventos em sua terra natal.
Yatsenko mora em Londres, enquanto Lytvyn e Shevchenko são cidadãos canadenses. Um porta-voz da Grammarly não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Forbes.
Durante grande parte dos últimos oito anos, o argumento para a Ucrânia permanecer na órbita da Rússia foi em grande parte econômico. Isso já estava mudando à medida que as empresas se mudavam para o Ocidente, mas o bombardeio russo de cidades ucranianas provavelmente acabou com qualquer tipo de apoio público a laços mais fortes com seu vizinho oriental, tanto entre bilionários quanto entre o público em geral.
“Qualquer um que esteja promovendo a narrativa de apoio à Rússia foi rapidamente marginalizado”, diz Berezovets. “Políticos ou oligarcas que falam sobre aliança com Putin podem ser crucificados. As pessoas estão com raiva.”
Colaboraram: Forbes Ucrânia e John Hyatt.