O Ibovespa opera em queda de 0,16% na abertura do pregão de hoje (2), a 113.008 pontos, às 10h24, horário de Brasília. A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), que será anunciada após o fechamento dos mercados, permanece no radar dos investidores.
“Além da definição dos juros, as atenções também vão [se voltar] para o comunicado do Copom, e se ele vai trazer mais visibilidade sobre os rumos da política monetária aqui no Brasil. As expectativas guiam para uma Selic de 12,25% no final de 2022”, comenta Pietra Guerra, especialista de ações da Clear Corretora.
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A postura de uma economia monetária mais contracionista tem sido adotada no mundo inteiro em uma tentativa de conter as altas inflacionárias, acrescenta Welington Filho, especialista em renda variável da Blue3. Essas altas foram causadas, sobretudo, por estímulos econômicos adotados pelos países como auxílio durante o período pandêmico.
Ainda no cenário doméstico, a indústria brasileira cresceu 2,9% em dezembro sobre novembro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), primeiro dado positivo desde maio. Assim, o segmento encerrou 2021 com crescimento depois de dois anos seguidos de quedas.
Apesar da alta, o setor ficou abaixo do patamar pré-pandemia, pressionado pelo desabastecimento e aumento dos custos de produção, que dificultam uma retomada mais sólida.
O dólar opera em queda de 0,01%, sendo negociado a R$ 5,2711 na venda, com investidores à espera da conclusão da reunião de política monetária do Banco Central.
Nos Estados Unidos, os índices futuros sobem, impulsionados por resultados financeiros positivos. Ontem, a Alphabet divulgou receita de quarto trimestre acima do esperado pelo mercado, na esteira do bom desempenho dos negócios de venda de publicidade online e computação em nuvem.
Na Ásia, as ações japonesas fecharam em alta, depois que os ganhos em Wall Street melhoraram o apetite por risco e levaram investidores a buscar ações que apresentam perspectivas robustas.
“Os investidores perceberam que estavam muito sensíveis ao risco e recompraram ações que foram muito vendidas”, diz Ikuo Mitsui, gerente de fundos do Aizawa Securities.
O índice japonês Nikkei ganhou 1,68%, enquanto o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em alta de 1,18%. Os mercados da Coreia do Sul e da China seguem fechados por conta do feriado do Ano Novo Lunar.
Na Europa, os principais índices também registram avanço, apesar da divulgação da inflação na zona do euro referente a janeiro, que superou as expectativas e atingiu um novo recorde histórico, na casa de 5,1%.
O resultado fica bem acima da meta de 2% do BCE (Banco Central Europeu), mas a autoridade monetária, que terá sua reunião de política monetária amanhã (3), minimiza os dados há meses, argumentando que fatores temporários estão por trás da alta.
Por volta das 10h24, o Stoxx 600 ganhava 0,69%; na Alemanha, o DAX subia 0,39%; o CAC 40 operava em alta de 0,65% na França; na Itália, o FTSE MIB ganhava 1,18%; enquanto o FTSE 100 tinha avanço de 0,79%, no Reino Unido.
No cenário das commodities, o destaque é para o preço do petróleo, que segue estável, próximo de US$ 90 o barril. Investidores aguardam a reunião da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que ocorrerá ainda hoje, e deve ratificar um aumento de produção de 400 mil barris por dia, em março. (Com Reuters)