O investidor ativista Carl Icahn escolheu seu próximo alvo: o McDonald’s. O bilionário, atualmente a 111ª pessoa mais rica do mundo segundo o ranking da Forbes, usou sua pequena participação na rede de fast-food para indicar dois nomes para concorrer a cadeiras no conselho de administração.
A manobra faz parte da estratégia de Icahn, que possui apenas 200 ações do McDonald’s, para forçar a rede a abandonar fornecedores de carne suína que usem gaiolas gestacionais.
A técnica confina as fêmeas a espaços limitados, o que permite a individualização da alimentação, supervisão e evita agressões entre fêmeas, mas compromete o bem-estar dos animais. Os suínos presos nas gaiolas gestacionais têm maiores chances de desenvolver desde doenças urinárias a traumas psicológicos.
Em 2012, a cadeia de restaurantes fast-food se comprometeu a adquirir carne suína de produtores que não usassem gaiolas gestacionais. De acordo com jornais norte-americanos, Icahn atuou nos bastidores para forçar a nova política. Ele afirma, no entanto, que a promessa não foi cumprida.
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Icahn, cujo patrimônio é avaliado em R$ 16,8 bilhões, afirmou em outras ocasiões que o modo como os animais são tratados é “obsceno” e pediu ao McDonald’s que estabelecesse um prazo para passar a exigir que todos os seus fornecedores de carne suína produzam sem gaiolas.
Em comunicado, a gigante de fast-food afirmou que esse compromisso seria impossível dada a oferta atual “e prejudicaria os esforços da empresa para fornecer aos clientes produtos de alta qualidade a preços acessíveis”.
A rede disse que espera obter de 85% a 90% de sua carne suína de fornecedores que não usam gaiolas até o final de 2022. Até 2024, promete chegar a 100%.
A companhia observou ainda que o próprio Icahn é o maior acionista da empresa Viskase, que fabrica e fornece embalagens para a indústria de suínos e aves – a qual não foi cobrada a cumprir as mesmas metas que o McDonald’s.
A rede afirmou que avaliará os indicados de Icahn “como faria com quaisquer outros candidatos”.
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