O Banco da Inglaterra elevou os juros hoje (17) pela terceira reunião consecutiva, numa tentativa de manter a inflação sob controle, mas, com a economia enfrentando grande impacto da alta dos preços de energia, suavizou sua linguagem sobre a necessidade de novos aumentos à frente.
Oito dos nove membros do Comitê de Política Monetária do banco central britânico votaram para aumentar sua taxa básica de 0,5% para 0,75%, após a decisão do Federal Reserve na véspera de elevar os custos dos empréstimos pela primeira vez desde a pandemia de Covid-19.
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O vice-presidente da autoridade monetária, Jon Cunliffe, votou por manter os juros, alertando para a possibilidade de haver grande impacto na demanda devido aos preços mais altos das commodities.
Economistas consultados pela Reuters esperavam votação unânime a favor de juros mais altos.
O banco central britânico disse que a inflação deve atingir cerca de 8% em abril – quase 1 ponto percentual acima do previsto no mês passado e quatro vezes a meta de 2% – e alertou que ela pode atingir um pico ainda maior este ano.
Mas as autoridades contestaram expectativas de investidores de que a taxa de juros subiria acentuadamente para cerca de 2% até o final deste ano, suavizando sua linguagem sobre a necessidade de mais aumentos.
“O Comitê julgou que mais algum aperto modesto pode ser apropriado nos próximos meses, mas há riscos em ambos os lados desse julgamento, dependendo de como as perspectivas de médio prazo evoluem”, disse o BoE.
No mês passado, o Comitê havia dito que mais aperto modesto “provavelmente será apropriado”.
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“O Comitê está claramente fazendo movimentos para conter a inflação crescente. Mas eles estarão andando numa corda bamba nos próximos meses”, disse Alpesh Paleja, economista da Confederação da Indústria Britânica.
A maioria do Comitê disse que aumentou os juros para reduzir o risco de a tendência recente de crescimento salarial e inflação ser incorporada às expectativas.
O BC britânico disse que a invasão da Ucrânia pela Rússia provavelmente fará com que as pressões inflacionárias globais se fortaleçam consideravelmente nos próximos meses e agravem a interrupção da cadeia de abastecimento.