Musk, o cara que já brincou sobre a privatização de uma empresa pública, está trabalhando para garantir aos investidores do Twitter, na quinta-feira, quais são as suas reais intenções ao comprar o negócio.
Em uma nova abordagem na SEC (órgão de regulação do mercado americano de ações), ele disse que financiaria a oferta de US$ 43 bilhões (R$ 203 bilhões na cotação de hoje 22) para o Twitter por meio de uma combinação de dívida do Morgan Stanley e financiamento de capital que ele mesmo contribuiria. Ao todo, diz Musk, seriam US$ 46,5 bilhões (R$ 219,59 bilhões), garantindo a si mesmo uma pequena folga para trabalhar.
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Ao adotar uma defesa de pílula de veneno na sexta-feira passada, o conselho do Twitter sinalizou que não está muito interessado na proposta de Musk. Portanto, Musk precisará do apoio do acionista do Twitter, se quiser fazer com que o negócio se concretize.
Eles ainda não foram vendidos. As ações do Twitter subiram apenas 0,4% na quinta-feira, para US$ 47,08 (R$ 222,33) por ação, consideravelmente menos do que a oferta de US$ 54,20 (R$ 255,95) por ação de Musk.
As ações subiram desde que Musk abriu o capital com a aquisição há uma semana, mas ainda existe uma lacuna entre o preço atual das ações e o preço de oferta de Musk, uma luz de alerta piscante de que os investidores não estão confiantes de que ele conseguirá. Ou talvez não o queiram. Provavelmente, uma combinação de ambos.
É importante para Musk conquistar amplo apoio dos acionistas. A pílula venenosa e a relutância do conselho em se envolver com ele significam que o próximo passo é uma oferta formal de compra. Em tal transação, Musk pedirá aos acionistas que lhe vendam as ações – para oferecê-las. Esse movimento é uma tática de longa data de investidores com lances não solicitados, enfrentando forte resistência da empresa que eles esperam comprar. O financiamento pode ser garantido. Apoio ao acionista? Não muito.