A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, defendeu hoje (28) uma modernização do sistema de seguro-desemprego norte-americano, com estabilizadores automáticos mais eficazes que acelerem a assistência a trabalhadores que perdem empregos ou renda em recessões.
Em declarações ao Brookings Institution em Washington, Yellen disse que as recentes recessões, incluindo a relacionada à crise da Covid-19 de 2020, mostram que o rápido recebimento de assistência em dinheiro é importante para os trabalhadores que perderam renda.
Mas são necessários mais estudos para identificar quando e como essa assistência em dinheiro deve ser entregue e sua interação com as redes de segurança social existentes, acrescentou.
“Toda recessão nas últimas décadas reforçou a necessidade de uma resposta automática e flexível. Estabilizadores automáticos bem projetados são o melhor remédio”, disse Yellen.
As recessões cobraram pedágios caros, disse ela, observando que a perda média de produção durante as últimas sete recessões é de 3,2% do PIB, com aumento médio de 4,5 pontos percentuais no desemprego para além da taxa natural.
Yellen disse que as políticas de alívio e recuperação adotadas durante a pandemia de Covid-19 foram fortemente influenciadas pela Grande Recessão de 2008-2009, que resultou em profundo desemprego, perda generalizada de casas e falências.
Ela disse que os programas de assistência a aluguel para impedir que as pessoas perdessem suas moradias durante a pandemia apontaram a necessidade de uma rede de segurança de aluguel mais permanente.
Yellen disse que os mecanismos de estabilização automática devem se expandir e incluir não apenas o apoio à renda, mas também moradia, nutrição e assistência médica.
“Preparar-se para a próxima recessão significa não apenas melhorar os estabilizadores existentes, mas expandir seu alcance para outras formas de apoio social e construir os ‘canais’ para distribuir alívio em tempo hábil”, disse Yellen.
Mas essas políticas devem ter como objetivo manter os trabalhadores nas folhas de pagamento e “preservar o vínculo com a força de trabalho em uma crise econômica”.
Os esforços para manter as empresas à tona e evitar demissões durante a pandemia resultaram em uma forte recuperação no emprego e evitaram os altos níveis de desemprego de longa duração observados após a crise financeira de 2008-2009, disse ela.