O Banco Central Europeu (BCE) deve se concentrar em levar a inflação de volta à sua meta de 2% e a política monetária não será dominada por considerações fiscais, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, hoje (15).
“Não podemos ceder ao domínio fiscal”, afirmou Lagarde em um fórum público. “Nem podemos nos render ao domínio financeiro. Temos que cumprir nosso mandato, que é, como muitos de vocês sabem, estabilidade de preços.”
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
O BCE disse mais cedo nesta quarta-feira que vai conter o aumento nos custos de empréstimos dos Estados-membros da região sul, depois de uma explosão nos rendimentos que prejudicaria a transmissão da política monetária da instituição e sua capacidade de combater a inflação.
Os custos de empréstimos governamentais dispararam na periferia do bloco monetário de 19 países desde que o BCE revelou na última quinta-feira (9) planos de aumentar os juros em julho e setembro para domar a inflação dolorosamente alta que está em risco de se tornar arraigada.
A liquidação foi então exacerbada pela ausência de detalhes do banco sobre um plano para limitar esse aumento dos custos de empréstimo, o que levantou temores de que as autoridades sejam muito complacentes com a situação de nações mais endividadas como Itália, Espanha e Grécia.
Diante da ameaça de uma repetição da crise de dívida que quase derrubou o euro há uma década, o BCE reverteu o curso, planejando um novo esquema de suporte e direcionando a países endividados o dinheiro da dívida em vencimento de seu recém-encerrado esquema de suporte da pandemia de 1,7 trilhão de euros.
“O Conselho do BCE decidiu designar os Comitês relevantes do Eurosistema junto com os serviços do BCE para acelerar a conclusão do projeto de um novo instrumento antifragmentação para avaliação pelo Conselho”, disse o BCE após reunião extraordinária.
Falando em uma conferência nesta quarta-feira, o chefe do banco central holandês, Klaas Knot, disse que as autoridades pediram à equipe do BCE para trabalhar em um ritmo acelerado na nova ferramenta no caso de o direcionamento dos reinvestimentos para o sul não ser suficiente.
“Não sabemos se será suficiente, depende de como os mercados irão responder. Mas se não for suficiente, fica assegurado que estamos prontos”, disse Knot.
O chefe do banco central eslovaco, Peter Kazimir, disse que ainda é “prematuro” discutir os detalhes de como será a nova ferramenta.
>> Inscreva-se ou indique alguém para a seleção Under 30 de 2022