RIO DE JANEIRO (Reuters) – O governo do Estado do Rio de Janeiro anunciou nessa terça-feira que fechou acordo com a União para ser mantido no Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que oferece alívio no pagamento de dívidas, após uma longa negociação com o governo federal.
As premissas do novo acordo ainda não foram divulgadas. Procurado, o Ministério da Economia não se manifestou imediatamente sobre o tema.
“O Estado agora está, de fato, no Regime de Recuperação Fiscal. Depois de dois anos trabalhando pessoalmente nessa pauta, anuncio com satisfação que conseguimos avançar e solucionar todos os pontos que estavam sendo discutidos”, publicou o governador Claudio Castro em uma rede social, acrescentando que a formalização do acordo foi informada ao Supremo Tribunal Federal pela Procuradoria Geral do Estado e pela Advocacia-Geral da União.
O RRF pode ser acessado por Estados com grave desequilíbrio financeiro. Os participantes devem apresentar uma estratégia de ajuste nas contas. Em troca, o governo federal pode autorizar a suspensão do pagamento de dívidas pelo ente.
O Estado do Rio ingressou pela primeira vez no regime em 2017, em meio a grave situação fiscal e econômica, e por dois anos vinha negociando as premissas para ser mantido no programa, que sofreu alterações aprovadas pelo Congresso Nacional em 2020 e 2021.
“Com isso, estamos garantindo mais investimentos para o nosso Estado, recursos para áreas essenciais, como Segurança, Saúde e Educação, além do pagamento em dia de servidores e fornecedores“, disse Castro, que se filiou recentemente ao PL, mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro.
Se não houvesse acordo, o Rio de Janeiro teria que desembolsar este ano cerca de 24 bilhões de reais para pagar passivos à União.
No final de março, o STF determinou a manutenção do Estado no RRF por um prazo de três meses para que fosse buscada uma conciliação com a União. A decisão, tomada em caráter liminar, se deu após o Tesouro Nacional ter informado que recomendava a aprovação da proposta de adesão do Rio ao regime especial com ressalvas, enquanto a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) se posicionou por sua rejeição.
(Por Rodrigo Viga Gaier)