O governo central registrou um déficit primário de R$ 39,356 bilhões em maio, rombo maior do que o esperado por analistas e também superior ao saldo registrado há um ano, mostrou relatório do Tesouro Nacional de hoje (29).
No mês as contas públicas foram pressionadas pela antecipação do pagamento do 13º salário de aposentados e pensionistas, que este ano foi feito em maio, e por um repasse extraordinário feito pela União a Estados e municípios relativo a leilão de campos de petróleo da Bacia de Santos.
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As receitas líquidas do governo central, que excluem as transferências a Estados e municípios, caíram 3,3% em termos reais em maio, para R$ 122,035 bilhões, enquanto as despesas totais aumentaram 7,9%, a R$ 161,391 bilhões.
O saldo do governo central, que reúne contas do Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, veio pior que a projeção do mercado para maio, de déficit de R$ 30,3 bilhões, segundo pesquisa Reuters com analistas. O rombo também foi maior que o déficit de R$ 20,957 bilhões observados em maio de 2021.
No acumulado de janeiro a maio, o resultado das contas públicas ainda está positivo em R$ 39,213 bilhões, contra superávit de R$ 19,906 bilhões em igual período de 2021. O governo prevê que as contas fecharão o ano com déficit 0,6% do PIB.
As receitas públicas acumulam alta real de 10,9% no ano, com destaque para o aumento de 25,8% das receitas não-administradas, fortemente concentradas na arrecadação de royalties de petróleo, que tem subido diante da alta da commodity em meio às restrições de oferta trazidas pela guerra na Ucrânia.
Já as despesas subiram 5,9% nos primeiros cinco meses do ano, impactadas, de um lado, pela mudança de calendário no pagamento de benefícios previdenciários, e por outro pela queda das despesas associadas ao combate à Covid-19 e com pessoal.
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