SÃO PAULO (Reuters) – As montadoras instaladas no Brasil estimam ter perdido uma produção de 150 mil veículos de janeiro ao final do mês passado por causa da escassez de componentes eletrônicos e de outras autopeças como pneus, afirmou nesta terça-feira o presidente da associação que representa o setor no país.
“O problema de semicondutores ainda persiste e outros insumos também…Outros itens como borracha, cabos, resina começam ser problema para o setor”, afirmou o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite. Ele ponderou, porém, que “a situação tem se tornado menos crítica” no mês a mês.
Em todo o ano de 2021, as montadoras do país contabilizaram perda de produção equivalente a 350 mil veículos. Leite, não informou dados comparativos com os primeiros cinco meses do ano passado.
Em maio, a produção de veículos do Brasil disparou 10,7% sobre abril, para 205,9 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, e as vendas saltaram 27%, para 187,1 mil unidades.
O estoque do setor terminou o mês passado em cerca de 124 mil veículos ante 129 mil em abril. O volume estocado em maio é suficiente para apenas 20 dias de vendas.
Parte do desempenho de maio ante abril se deveu também aos três dias úteis que o mês passado teve sobre o anterior, mas Leite afirmou que, apesar disso, “maio foi um mês bastante impressionante de vendas”.
Na comparação com maio de 2021, a produção subiu 6,8% enquanto os licenciamentos tiveram recuo de 0,9%. No acumulado de 2022 até o final do mês passado, a indústria registra 888,1 mil veículos produzidos e 740 mil vendidos no mercado interno, o que corresponde a quedas de 9,5% e 17%, respectivamente, frente aos cinco primeiros meses de 2021.
Segundo Leite, a média de vendas por dia útil deste ano tem crescido a cada mês. Em janeiro, foram 6 mil licenciamentos, passando a 7 mil em março e 8,5 mil em maio. O executivo não mencionou como está o movimento de vendas neste mês. Em junho do ano passado, a média de emplacamentos foi de 8,7 mil veículos e de 8,4 mil para todo o ano, de acordo com os dados da Anfavea.
“A tendência é de leve normalização daqui para frente”, disse o presidente da entidade sobre as perspectivas para o fornecimento de componentes.
(Por Alberto Alerigi Jr.)