A companhia de alimentos BRF teve prejuízo líquido de R$ 468 milhões no segundo trimestre, superior ao desempenho negativo de R$ 240 milhões registrado um ano antes, conforme balanço divulgado ontem (10).
Projeções de analistas indicavam um prejuízo de R$ 157 milhões, segundo dados da Refinitiv.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado alcançou R$ 1,368 bilhão, alta de 7,7% e acima das expectativas de R$ 1,202 bilhão.
A companhia afirmou que seus resultados foram impactados por dois eventos não recorrentes no trimestre: dívida designada como “hedge accounting” e hiperinflação na Turquia.
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O primeiro fator gerou um impacto negativo de R$ 445 milhões provenientes da receita líquida dos mercados internacionais, relacionada a um título de dívida com vencimento em junho de 2022.
Já a questão no mercado turco gerou um impacto de correção monetária das informações financeiras da subsidiária da companhia. Uma vez que a economia passou a ser considerada hiperinflacionária, isto muda a forma como a BRF reconhece o valor dos ativos e passivos naquele país.
A BRF informou ainda que a receita líquida aumentou 11,2%, para R$ 12,9 bilhões no segundo trimestre.
A BRF vende a maior parte de seus produtos no mercado brasileiro, embora exporte para vários países. Os menores embarques de carne suína para a China, por exemplo, afetaram negativamente os resultados.
A empresa também disse que continua sofrendo com os preços mais altos dos grãos, o que aumenta o custo da ração animal, apesar de ter conseguido aperfeiçoar sua estratégia de vendas e repassar parte dos custos aos clientes.
A companhia conseguiu aumentar o preço médio dos alimentos processados em cerca de 19%, e o do frango em quase 22%. Os preços da carne suína, no entanto, caíram quase 15% devido à fraca demanda.
Internacionalmente, a BRF vendeu 478 mil toneladas de carne suína e de aves, 4,2% a menos que no mesmo trimestre do ano passado.
Por outro lado, a empresa teve um bom desempenho no importante mercado de carnes halal, onde os volumes comercializados subiram 13,4% no trimestre, ajudando a receita a do segmento a subir quase 28%, para R$ 2,6 bilhões.
A carne halal é fornecida para países islâmicos e produzida de acordo com preceitos da religião muçulmana.