A marca de óculos Chilli Beans espera faturar R$ 1 bilhão até o fim de 2022, de acordo com as projeções do CEO, Caito Maia. O valor representa um crescimento de 54% em comparação com os ganhos de 2021, que atingiram R$ 650 milhões.
Com mil unidades distribuídas pelo Brasil, 75% do faturamento vem das lojas “vermelhas”, que são as mais tradicionais da marca, apesar das vendas online terem passado de 3% para 12% desde o início da pandemia. A Ótica Chilli Beans, uma das novidades da empresa lançada em 2019, já representa 18% dos ganhos, com um crescimento de 240% no ano.
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Os números colocam a marca na posição de líder do mercado de óculos escuros, com market share de 16%, deixando para trás a Ray-Ban (12,5%), marca norte-americana que se posiciona em 1º lugar em todos os países que atua, menos no Brasil.
A empresa está apostando em duas vertentes para manter o seu crescimento nos próximos anos: sustentabilidade e expansão internacional.
“Há três anos, o meu filho de nove anos me perguntou o que a minha empresa estava fazendo para ajudar o planeta e aquele momento me marcou muito. Foi aí que começamos a investir em sustentabilidade”, conta Maia.
Desta forma, boa parte dos óculos da marca passaram a ter materiais reciclados em sua composição e até o fim do ano a expectativa é de que 30% da produção seja feita com material reciclado, o que representa aproximadamente 1 milhão de peças.
No caso das capas de proteção que acompanham os óculos o número é maior, contando com 4 milhões feitas de resíduos reciclados.
“Eu acredito que para uma marca ter sucesso, é preciso pensar em como ela pode se mandar ativa nos próximos quatro a cinco anos. Nós sabemos que o gosto do público jovem muda muito rápido e esse é um risco grande, mas confio que o modo como agimos e as iniciativas que temos hoje vão nos manter no mercado”, comenta o CEO da empresa.
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Uma das iniciativas comentadas por Maia é a inclusão de containers autossuficientes feitos com materiais plásticos retirados do mar e abastecidos com energia solar, que estarão disponíveis em cidades com até 50 mil habitantes, relembrando o conceito de quiosque que é marca registrada da Chilli Beans.
“Nós temos muita dificuldade de manter uma loja em cidades com até 50 mil habitantes, a conta simplesmente não fecha. Então, pensamos nessa possibilidade para incluir em postos de gasolina os containers que são sustentáveis e contam com custo mais baixo”, avalia Maia.
Apesar da diversificação dos pontos de vendas da marca, os shoppings continuam tendo grande atenção. Na pandemia, foram abertas 200 novas lojas. “Nós aproveitamos que os shoppings estavam quase dando as lojas durante aquela incerteza de não saber quando a situação ia se normalizar e aumentamos o nosso portfólio”, explica o CEO.
Expansão internacional
Atualmente a Chilli Beans está em mais de 16 países, tendo lançado no último mês três novas lojas: Miami, nos Estados Unidos, Austrália e Bali, na Indonésia. A unidade de Las Vegas, também em território norte-americano, é a que conta com maior número de vendas.
As coleções temáticas da marca também estão ajudando no processo de expansão. A linha de produtos do Harry Potter, que já faz parte do portfólio da Chilli Beans há cinco anos, será vendida em todos os parques temáticos do mundo que tiverem sinergia com a saga. A parceria com a Warner Bros. terá início em 2023.
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“Essa é uma grande vitória para nós. Estamos produzindo essa linha há cinco anos e todos os designs são aprovados pela própria escritora do Harry Potter, a J.K. Rowling. A gente aprendeu a fazer o produto, não é fácil, mas é aquilo que eu falo de não vender apenas um óculos e sim contar uma história”, comenta Maia.
Chegada da tecnologia
A tecnologia também tem auxiliado no aumento de vendas da marca. Em 2020, tentando contornar o fechamento das lojas, a Chilli Beans implementou um sistema de prova de óculos no site no formato 3D, permitindo que o cliente experimentasse o óculos sem sair de casa.
“Nós percebemos que as pessoas não queriam comprar óculos escuros sem ver como ficava no rosto, então tivemos que correr atrás dessa tecnologia. Hoje, os modelos que contam com a vitrine 3D vendem 48% a mais do que os que não tem essa ferramenta. Essa iniciativa bancou os salários dos nossos funcionários durante o lockdown”, explica Maia.
Outra novidade considerada como “filha da pandemia” pelo CEO é a implementação de vendas online diretamente das lojas físicas. Ele afirma que os vendedores ficam em torno de duas horas por dia sem ter atividade e com a venda online direto da loja, esse problema foi resolvido. “Agora nossas lojas são físicas e online ao mesmo tempo”, complementa.
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