A CSN está vendendo mais aço no terceiro trimestre e a preços relativamente estáveis em relação aos três meses imediatamente anteriores, em meio a expectativas de quedas de importações e melhora na demanda na China, afirmou hoje (16) o diretor comercial da companhia.
No segundo trimestre, as vendas de aço da CSN caíram 17% sobre um ano antes e 8% na comparação com os três primeiros meses deste ano, segundo resultado divulgado na noite da véspera.
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“Estamos com vendas fechadas para o terceiro trimestre da ordem de 8% a 10% acima do segundo trimestre”, disse Luis Fernando Martinez, diretor comercial da CSN, em conferência com analistas. “Vamos ter uma situação de preços mais estável, mas vou brigar mais no galvanizado”, acrescentou.
O executivo afirmou que a empresa mantém meta de vendas de cerca de 5 milhões de toneladas de aço em 2022, das quais 3,2 milhões no Brasil.
Mas na frente de investimentos, o valor projetado de 4 bilhões de reais deve ser reduzido nos próximos meses, disse o diretor de finanças, Marcelo Ribeiro, na conferência.
“Estamos ‘recalendarizando’ investimentos e, portanto, esperamos um número razoavelmente inferior ao nível de 4 bilhões de reais”, afirmou o executivo. Segundo Ribeiro, a revisão nos projetos decorre das incertezas da economia nacional e internacional em um momento de alta de juros.
Ribeiro afirmou também que a empresa deverá “potencialmente” elevar a projeção de alavancagem em 2022 para “algo mais próximo” de 1,4 a 1,5 vez, ante a meta original de 1 vez. Isso por conta da aquisição dos ativos da LafargeHolcim e, mais recentemente, da empresa de energia CEEE-G.
Sobre a aquisição da geradora gaúcha de eletricidade, o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, afirmou na conferência que os negócios de energia de seu grupo “eventualmente” poderão ter “investidor estratégico”. “Vamos transformar energia em um negócio importante para o grupo”, disse Steinbruch.
O executivo comentou que a CSN continua priorizando os Estados Unidos para fazer novos investimentos e Ribeiro comentou que isso só vai ocorrer se envolver “projetos que caibam dentro de uma estrutura de capital conservadora da companhia”.
Questionado sobre recompras de ações, Ribeiro comentou que apesar do valor dos papéis da CSN estar “completamente deslocado dos fundamentos”, a empresa vai lançar um programa quando tiver mais visibilidade sobre alocação de capital, algo que inclui eventuais oportunidades de fusões e aquisições e de investimentos nos EUA.
Já sobre o aparente interesse da CSN sobre a mineradora Samarco, Ribeiro afirmou que a empresa chegou a contratar assessores para se preparar para uma potencial transação com os credores da empresa em recuperação judicial, mas que a possibilidade de um negócio é pequena.
“Vemos como baixa a probabilidade dessa situação se desenvolver, mas temos que ficar próximos disso e bem informados”, disse o executivo.
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