A economia da Rússia encolheu 4,0% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados preliminares do serviço federal de estatísticas Rosstat desta sexta (12). Foi o primeiro trimestre completo em que o país esteve imerso no que a Rússia chama de “operação militar especial” na Ucrânia.
A atividade econômica russa está mergulhando em recessão, depois que Moscou enviou suas forças armadas para a Ucrânia, em 24 de fevereiro, provocando amplas restrições ocidentais a seus setores de energia e financeiro, incluindo o congelamento de reservas financeiras russas mantidas no exterior, levando dezenas de empresas ocidentais a abandonar a Rússia.
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A Rosstat não forneceu mais detalhes sobre os números, mas analistas disseram que a contração foi causada pela fraqueza na demanda do consumidor e pelas consequências das sanções.
“Os dados de junho sugerem que a contração da economia russa parece ter chegado ao fundo do poço, já que a situação em alguns setores está se estabilizando”, disse Sergey Konygin, economista do Sinara Investment Bank.
A contração do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre não foi tão profunda quanto o esperado. Analistas consultados pela Reuters previam, em média, que o PIB da Rússia encolheria 7% sobre um ano antes no período de abril a junho, após crescimento de 3,5% no primeiro trimestre.
Analistas do banco central russo esperavam que o indicador recuasse 4,3% sobre o mesmo período de 2021, dizendo que estava a caminho de cair 7% no terceiro trimestre. O BC projeta que a economia começará a se recuperar somente no segundo semestre de 2023.
Dado o ambiente político altamente volátil, as previsões oficiais para a profundidade da recessão da Rússia variam.
O Ministério da Economia do país disse em abril que o PIB pode cair mais de 12% este ano, após um crescimento de 4,7% em 2021, no que seria a maior contração desde meados da década de 1990. Mas as previsões melhoraram desde então, à medida que a Rússia resiste às restrições.
O banco central russo previu em abril que o PIB encolheria de 8% a 10% em 2022, mas no mês passado revisou isso para uma contração de 4% a 6%.
“A contração do PIB atingirá seu ponto mais baixo no primeiro semestre de 2023”, disse o vice-presidente do banco central, Alexei Zabotkin, nesta sexta-feira. “A economia se moverá em direção a um novo equilíbrio de longo prazo.”
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