A Raízen registrou lucro líquido ajustado de R$ 1,086 bilhão no primeiro trimestre do ano-safra 2022/23, ante R$ 501,4 milhões no mesmo período do ano anterior, conforme balanço financeiro divulgado ontem (11).
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado somou R$ 3,651 bilhões, aumento de 55%.
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A receita líquida operacional no período foi de R$ 66,26 bilhões, avanço de 71,8% no comparativo anual.
A companhia informou que o faturamento cresceu puxado principalmente pelo aumento de 54% dos volumes comercializados de etanol.
“O preço médio de etanol Raízen foi 14% superior ao primeiro trimestre de 21/22, evidenciando o cenário mais favorável ao biocombustível ao longo do trimestre, potencializado pela nossa atuação diferenciada na cadeia de valor”, afirmou a empresa no balanço.
Soma-se a esses fatores um aumento de 23% do preço médio do açúcar na comparação com o mesmo ciclo da safra anterior, apesar do recuo de 15,4% no processamento do produto, em função do início tardio da moagem e da menor produtividade agrícola.
No primeiro trimestre da safra, a moagem de cana da companhia alcançou 26,4 milhões de toneladas, contra 31,2 milhões no mesmo período do ciclo anterior.
Com isso, a produção de açúcar ficou em 1,46 milhão de toneladas, queda de 25,7% no comparativo anual, enquanto a de etanol baixou 15,3%, para 1,017 bilhão de litros.
O mix de produção, que já era inclinado ao etanol no ano passado, ficou ainda mais alcooleiro.
Segundo a companhia, o percentual de matéria-prima destinado à produção do biocombustível aumentou de 49% nos três primeiros meses da safra passada, para 53% no trimestre inicial de 2022/23.
Raízen tem capacidade para expandir
A Raízen, maior produtora global de açúcar e etanol de cana, conta com capacidade para expandir sua produção, mas está atenta a oportunidades que surjam no mercado para aquisições e fusões, disse o CEO da companhia, Ricardo Mussa, ao ser questionado durante conferência de resultados trimestrais.
“Claro que nós ainda temos muita capacidade ociosa dentro da Raízen, não é coisa que procuramos como uma grande prioridade… mas sempre estamos atentos a oportunidades que possam trazer sinergias…”, disse Ricardo Mussa, ao responder pergunta de analista sobre movimentos de M&A.
O analista não citou uma oportunidade específica de aquisição para a Raízen, mas nesta semana surgiram notícias sobre o interesse da companhia na aquisição da BP Bunge Bioenergia, a terceira maior processadora de cana do mundo.
A Raízen não comentou o assunto. Sobre a questão relativa a M&As, Mussa disse que “isso é tudo que pode compartilhar”.
As oportunidades de expansão analisadas também consideram a possibilidade de aumento da oferta de biomassa, “para nossa operação de E2G (etanol de segunda geração) que está crescendo rapidamente”, disse o executivo.
Ele acrescentou ainda que a companhia vai olhar com cuidado as opções do mercado para fusões e aquisições.
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