O crescimento da atividade de serviços no Brasil mostrou moderação em agosto, mas ainda assim as expectativas dos negócios atingiram máxima em quase nove anos, de acordo com pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), apontando ainda arrefecimento das pressões inflacionárias.
A S&P Global informou hoje (5) que seu PMI de serviços do Brasil caiu a 53,9 em agosto, de 55,8 em julho, 15º mês seguido acima da marca de 50 que separa expansão de contração. No entanto, a taxa foi a mais fraca desde o início de 2022.
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Uma demanda mais contida por uma série de serviços levou à desaceleração, embora o setor ainda tenha registrado em agosto aumento de vendas, produção e contratação.
“Algumas empresas (observaram) uma demanda mais fraca dos clientes por seus serviços, em parte causada pela incerteza diante das eleições”, explicou Pollyanna De Lima, diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence.
O aumento dos novos negócios foi o mais fraco desde janeiro. Enquanto algumas empresas relataram resiliência da demanda, marketing eficaz e melhoria das condições em outros setores econômicos, outras citaram queda na demanda dos consumidores em meio à incerteza diante das eleições.
Os participantes da pesquisa voltaram a relatar custos mais elevados de alimentos, insumos, mão de obra e serviços públicos, mas a redução dos impostos sobre combustíveis restringiu a inflação de insumos, que recuou para os níveis mais baixos em 22 meses.
Isso favoreceu a oferta de descontos, e o índice de preços de bens finais subiu ao ritmo mais lento em seis meses, segundo a S&P Global.
Por sua vez, as expectativas melhoraram consideravelmente ao longo do mês, atingindo o nível mais alto em quase nove anos. Investimentos, campanhas comerciais e prognósticos de condições econômicas mais estáveis sustentaram previsões otimistas.
Além disso, “prognósticos de que as preocupações políticas irão diminuir após a eleição presidencial de outubro levaram as empresas de serviços a avaliar essa desaceleração como temporária”, completou De Lima.
No entanto, com agosto também marcado pela perda de força na indústria, o PMI Composto do Brasil caiu a 53,2 de 55,3 em julho, mostrando que a atividade empresarial registrou o ritmo de alta mais lento desde o início do ano.