O Ibovespa encerrou o pregão de hoje (2) em alta de 0,42%, aos 110.864 mil pontos, mas acumulou queda de 1% na semana. Na sessão, o principal índice da Bolsa brasileira foi na contramão do mercado norte-americano, que apresentou forte queda após investidores repercutirem os dados de emprego no país.
Os principais índices dos Estados Unidos passaram a cair à tarde em reação aos dados mistos de trabalho, que são uma das referências do Federal Reserve (banco central norte-americano) para a condução da política monetária.
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Mais cedo, o relatório Payroll mostrou que foram criados 315 mil postos de trabalho em agosto, acima do que era esperado pelo consenso Refinitv. No entanto, a atenção se voltou para a taxa de desemprego, que subiu a 3,7% ante 3,5% em julho. Era esperado uma taxa estável.
“O mercado é muito emotivo porque é feito por pessoas. Powell [presidente do Fed] já falou que, mesmo com a inflação se estabilizando no curto prazo, a política de juros ainda é hawkish [agressiva] e altista. Lá eles não estão acostumados com taxas altas, mas ainda temos tempo até a próxima reunião do banco central”, explica Rodrigo Cohen, analista da Escola de Investimentos.
Aumentando as preocupações no cenário global, a Rússia cancelou o prazo de sábado para retomar os fluxos de gás através do gasoduto Nord Stream 1, uma das principais rotas de abastecimento para a Europa, depois de dizer que descobriu uma falha durante o processo de manutenção. Com isso, o mercado segue na defensiva.
O Dow Jones recuou 1,07%, aos 31.318 pontos e o S&P 500 caiu 1,07%, aos 3.924 pontos. O Nasdaq apresentou queda de 1,31%, aos 11.630 pontos.
O dólar encerrou a sessão em forte queda ante o real, também refletindo os dados mistos nos Estados Unidos. A moeda norte-americana caiu 1,01%, a R$ 5,1848.
No cenário doméstico, as ações do setor de construção se destacaram no campo positivo. No radar, estão expectativas positivas com mudanças recentes no programa Casa Verde e Amarela, além de dados melhores da economia e perspectiva de que o ciclo de alta da Selic esteja perto do fim.
Eztec ficou no topo, com os papéis subindo 8,42%, a R$ 20,09. Cyrela (CYRE3) avançou 8,28% e MRV (MRVE3) 8,15%. Do mesmo lado positivo, Braskem (BRKM5) subiu 6,84%, após analistas do Citi elevarem a recomendação dos papéis para ‘compra’, citando fatores como múltiplos descontados em relação a pares e diversificação de receita e custo.
No sentido oposto, as ações do IRB Brasil caíram forte depois que a empresa precificou na véspera oferta de R$ 1,2 bilhão em ações a R$ 1,00 por papel. Os recursos serão usados para reenquadrar métricas regulatórias. Os papéis recuaram 12,86%, a R$ 1,22.
Do mesmo lado, apareceram Lojas Americanas (AMER3), Petz (PETZ3), Via (VIIA3) e Azul (AZUL4), que registraram desvalorizações de 4,14%, 3,88%, 3,13% e 2,90%, respectivamente.
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(Com Reuters)