Após fechar em alta de 1,91% na véspera, o Ibovespa iniciou a sessão de hoje (23) em queda de 1,44%, aos 112.430 pontos, por volta das 10h20 (horário de Brasília).
O principal índice da B3 opera em linha com o mercado externo, que apresenta movimento de forte aversão a risco à medida que juros crescentes nas principais economias alimentam temores de recessão.
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Por aqui, o Banco Central decidiu na quarta-feira (21) manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, interrompendo um agressivo ciclo de aperto monetário, mas ponderou que não hesitará em retomar as altas nos juros se a redução da inflação não transcorrer como o esperado.
No mesmo dia, o Federal Reserve, banco central norte-americano, subiu sua taxa de juros em 0,75 ponto percentual, aperto monetário acompanhado de fortes revisões para cima nas projeções para o nível dos custos dos empréstimos neste ano e no próximo.
Juros mais altos tornam o mercado de renda fixa norte-americano mais rentável, mas também elevam a probabilidade de recessão no país, o que tem desencadeado forte busca por ativos seguros nas últimas semanas.
Ontem (22), o dólar recuou 1,12%, a R$ 5,1157. Já no início da sessão de hoje, a moeda norte-americana subia 1,76%, a R$ 5,2047.
Apesar do salto deste pregão, o dólar ainda estava a caminho de fechar em queda de mais de 1% frente ao encerramento da última sexta-feira, depois que recuou significativamente em três das quatro sessões completas desta semana.
Por volta das 10h20, os futuros de Wall Street caíam. O Dow Jones recuava 1,03%, aos 29.839 pontos, o S&P 500 recuava 1,01%, aos 3.733 pontos, e o Nasdaq tinha queda de 0,86%, aos 11.465 pontos.
Juros também são pautas do Banco da Inglaterra. Na véspera, o BoE elevou suas taxas e disse que continuará a “responder com força, conforme necessário”, à inflação, apesar de a economia britânica poder entrar em recessão.
Em meio a esse cenário, os participantes do mercado também aumentaram suas expectativas para o aperto do Banco Central Europeu, que deve subir os juros novamente em 23 de outubro.
Agora, espera-se que o BCE eleve sua própria taxa básica de 0,75% agora para quase 3% no próximo ano.
Nesta manhã, os mercados europeus digerem os dados fracos dos índices dos gerentes de compra (PMI) do Reino Unido, Alemanha e Zona do Euro. O FTSE 100 caía 1,87%, o DAX -1,58%, o FTSE MIB tinha queda de 2,41% e o Stoxx 600 recuava 1,77%.
As Bolsas asiáticas encerraram o pregão de hoje em queda, também de olho na probabilidade de uma recessão nas economias globais. Tóquio não operou por conta do feriado. Já na China, o Xangai cedeu 0,66% e o Shenzhen teve queda de 1,41%.
Em Hong Kong, o Hang Seng caiu 1,18%. O Kospi recuou 1,81% e em Taiwan, o Taiex caiu 1,16%.
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(Com Reuters)