As ações de varejistas brasileiras caíam nesta segunda-feira (28) na bolsa de valores após dados apontarem para uma queda nas vendas online no final de semana de Black Friday, ainda que analistas tenham destacado para a dificuldade de comparação dos dados.
Às 15:00, as ações de Americanas caíam 9,4%, a R$ 9,9 reais, entre as maiores perdas do Ibovespa, que cedia 0,19%. As rivais Via e Magazine Luiza cediam caíam 4,9% e 2,6%, respectivamente.
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
Dados da Confi Neotrust, em parceria com a empresa de inteligência de dados ClearSale, revelaram recuo anual de 34,2% no faturamento do varejo online de meia-noite de quinta-feira até sexta-feira às 19 horas, para cerca de R$ 3,1 bilhões.
No sábado, o desempenho melhorou, mas ainda assim ficou 4,3% abaixo do faturamento visto um ano antes, movimentando cerca de R$ 1,2 bilhão, segundo dados da Neotrust com base nas vendas do dia inteiro.
Analistas já vinham dizendo que o cenário de juros e inflação deveria impactar negativamente as compras do consumidor na Black Friday.
Além disso, a Black Friday de 2022 foi atípica, em especial por causa da convergência com a Copa do Mundo, o que fez com que diversas varejistas optassem por estender o período de promoções durante novembro. O boom de vendas online na pandemia também impacta na base de comparação dos dados.
“Dadas as compras antecipadas nas semanas que antecederam a Black Friday, o evento não deve ser analisado isoladamente”, escreveram analistas do BTG Pactual liderados por Luiz Guanais em relatório com data de domingo.
“Enquanto isso, alguns compradores voltaram a lojas físicas para a Black Friday, tornando as vendas do e-commerce menos comparáveis às dos últimos dois anos”, acrescentaram.
Dados da Neotrust também mostram recuo no acumulado em novembro. Marcelo Queiroz, chefe de estratégia de mercado da ClearSale, disse que “o faturamento total do e-commerce, de 1 de novembro até o dia 26, às 23h59, fechou com R$ 17,7 bilhões, algo cerca de 8% menor que 2021”.
E-commerce
A equipe do Safra afirmou em comentário a clientes não acreditar “que alguém esperasse que a Black Friday mudasse drasticamente a tendência de um ano globalmente difícil para o e-commerce em termos de vendas”.
Eles disseram que as ações do setor devem continuar sendo mais impactadas pela “incerteza em relação ao cenário macroeconômico e seu impacto nas taxas de juros (e consequentemente no custo de capital) do que pelo desempenho operacional de curto prazo.”