O Open Banking (sistema bancário aberto) tem um caminho a percorrer para conquistar a confiança dos brasileiros. Segundo um estudo da Akamai Technologies, em parceria com a Cantarino Brasileiro, 52% dos entrevistados ainda não estão dispostos a permitir compartilhamento de dados entre as instituições financeiras.
A pesquisa mostra que o maior motivo da desconfiança é a dúvida em relação ao novo sistema. Dos mil brasileiros ouvidos pelas empresas, apenas 36% afirmaram conhecer o que era o Open Banking — o que indica uma grande margem para a mudança desses números nos próximos anos, de acordo com o estudo.
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“Há uma quantidade relevante de clientes que ainda não conhecem o sistema. Isso mostra um mercado em potencial no Brasil”, diz Claudio Baumann, diretor geral da Akamai Technologies para América Latina. “Para que os clientes incorporem essa tecnologia na sua vida financeira, as instituições financeiras privadas podem desenvolver trabalhos de educação.”
Para Baumann, é preciso que o mercado explique os serviços e os benefícios do processo de compartilhamento de informações, dando ênfase na transparência e no direito de escolha dos usuários quanto às informações a serem compartilhadas com as instituições financeiras.
“Como acontece com muitos avanços tecnológicos disruptivos, o mercado precisa de tempo e esforço para se adaptar e tornar o consumidor parte do processo (por vezes longo) de implementação e popularização”, acrescenta o executivo.
Open Banking vs Open Finance
Novidades na rotina financeira dos brasileiros, os dois nomes podem causar confusão nos consumidores, já que eles partem de uma premissa em comum: o compartilhamento integrado de informações.
Recentemente, o Banco Central mudou o termo “Open Banking” para “Open Finance”. Antes, o Open Banking era destinado somente aos produtos e serviços bancários, ao passo que agora o Open Finance abrangerá também outros serviços financeiros como seguros, câmbio e previdência.
O estudo da Akamai mostrou que apenas 13% dos entrevistados já utilizaram alguma vez o serviço de Open Finance. Indo além, 38% dos entrevistados dizem que não sabem se a sua instituição bancária oferece essa possibilidade e 45% dos que afirmam que o seu banco oferece ainda não habilitaram a função.
Mesmo entre os que conhecem a função, mas ainda não aderiram, 19% informaram não entender os benefícios de usar a plataforma, 14% acreditam que não precisam da solução, 8% acham o sistema complicado e outros 8% não se sentem seguros com a ferramenta.
Investigando mais a fundo as percepções dos consumidores em relação ao Open Finance, a Akamai identificou ainda os atributos mais esperados pelos entrevistados. 48% esperam facilidade de uso; 36% mais segurança nas transações; 28% redução de custos nos serviços financeiros; 28% mais liberdade para contratar produtos e serviços.
27% querem facilidade de acesso ao crédito; 24% mais produtos e serviços sendo ofertados; 23% maior transparência das instituições; 23% encontrar todos os serviços financeiros em um único lugar e 22% desejam uma gestão simplificada dos meus recursos financeiros.
Metodologia
O estudo foi realizado através de entrevistas em um painel online com 1.118 brasileiros, em todas as regiões do país entre abril e junho de 2022. O objetivo era avaliar bancos que as pessoas tinham contas, atributos para a escolha das instituições bancárias, uso de bancos e seus produtos e entender melhor aspectos recentes do sistema financeiro como PIX, Open Finance e ESG.
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