O Ibovespa fechou com alta de 0,25%, a 107.519,56 pontos, nesta sexta-feira (9), enquanto o mercado digere a confirmação de Fernando Haddad como ministro da Fazenda do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O dia também foi de jogo do Brasil na Copa do Mundo – que acabou com a seleção eliminada –, o que diminuiu o volume de negociações na bolsa paulista para R$ 20,1 bilhões.
O índice de ações também foi pressionado pela queda das bolsas em Wall Street. Dados de inflação nos Estados Unidos reverteram o humor dos investidores pela manhã e viraram os principais índices para o negativo.
As ações que sustentaram a alta do Ibovespa no dia foram as ligadas às commodities metálicas, em dia de avanço na cotação do minério de ferro na China. O mercado espera uma retomada da demanda para o produto com a flexibilização das restrições contra Covid-19 no país.
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Vale (VALE3) foi o principal sustento, com alta de 3,81%. Pares como CSN Mineração (CMIN3) e CSN (CSNA3) também subiram, com avanços de 10,00% e 4,97%, respectivamente. Em Dalian, na China, o minério de ferro teve alta de 4,7%.
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva confirmou hoje que Fernando Haddad será ministro da Fazenda em seu novo governo, mas ainda não tem um nome para o ministério do Planejamento. O mercado não reagiu com grandes variações a notícia, o que analistas apontam como natural, pois o nome já “havia sido precificado”.
Haddad era destacado para a Fazenda desde o mês passado, o que levou à derrocada da bolsa nas últimas semanas, juntamente com a PEC da Transição. Dessa forma, o anúncio retira incerteza dos mercados, o que ajudou no alívio do Ibovespa hoje, segundo agentes financeiros.
Outros nomes anunciados por Lula foram: Rui Costa para o ministério da Casa Civil, José Múcio para Defesa, Flávio Dino para Justiça e Mauro Vieira no Itamaraty.
Na agenda de indicadores, o IBGE divulgou o IPCA de novembro. O índice de preços mostrou um avanço abaixo do esperado no período, o que os analistas apontam como positivo para a bolsa local, visto a possibilidade de o Banco Central antecipar o início da queda dos juros.
A alta foi de 0,41%, contra uma expectativa de alta de 0,53%, segundo pesquisa da Reuters. Na comparação anual, o IPCA acumulou alta de 5,13% ante 6,47% em outubro e projeção de 6,04% pelo consenso. O acumulado do ano fechou em 5,90%.
“Com o quadro inflacionário apresentando melhoras qualitativas, surgem dúvidas acerca do espaço para cortes de juros. Nossa visão simplificada é de que até o novo governo apresentar a nova regra fiscal, o Banco Central deve ignorar essa desinflação no curto prazo, pois existe a possibilidade de ter caráter passageiro”, afirma Marco Caruso, economista-chefe do Banco Original.
Em Nova York o dia foi de divulgação de inflação também. Por lá, a alta foi maior do que o esperado: os preços ao produtor subiram 0,3% em novembro, ante projeção de +0,2%. Na base anual, o índice chegou a 7,4% em novembro, ante consenso de 7,2%.
Na próxima semana, o banco central dos EUA irá reunir seu comitê de política monetária para decidir o novo aumento dos juros. As apostas seguem as mesmas, com a maioria dos investidores acreditando na elevação de 0,50 ponto percentual.
O Dow Jones fechou com queda de 0,91%, a 33.475,60 pontos, o S&P 500 recuou 0,74%, aos 3.934,29 pontos, enquanto o Nasdaq caiu 0,70%, a 11.004,62 pontos.
O dólar comercial fechou em alta de 0,57%, a R$ 5,2456. Na semana, a moeda norte-americana fechou com alta de 0,59%.
(Com Reuters)