O Ibovespa iniciou a sessão de hoje (5) em queda de 0,23%, aos 111.671 pontos, por volta das 10h20 (horário de Brasília). O principal índice da Bolsa brasileira acompanha o desempenho dos futuros de Wall Street, que caem nesta manhã.
Por lá, os índices ainda refletem os dados do relatório de vagas de emprego dos Estados Unidos de novembro, que alimentou expectativas de que o Federal Reserve manterá sua trajetória de alta da taxa de juros para combater a inflação.
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O relatório de empregos do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos mostrou que as vagas de trabalho fora do setor agrícola aumentaram em 263 mil, acima das expectativas de 200 mil, e o crescimento salarial acelerou mesmo com preocupações mais intensas com a recessão.
A taxa de desemprego nos EUA permaneceu inalterada, como esperado, em 3,7%. Investidores têm procurado por sinais de fraqueza no mercado de trabalho, especialmente nos salários, como um precursor de um arrefecimento mais rápido da inflação que permitirá ao Fed desacelerar e, eventualmente, interromper seu atual ciclo de alta de juros.
Por volta das 10h20, o Dow Jones caía 0,49%, aos 34.289 pontos, o S&P 500 tinha queda de 0,53%, aos 4.053 pontos, e o Nasdaq recuava 0,46%, aos 11.957 pontos.
O dólar, por sua vez, apresentava alta de 0,56% frente ao real, negociado a R$ 5,2445.
As ações europeias também caíam nesta segunda-feira após dados mostrarem um declínio na atividade empresarial da zona do euro. Eles alimentam temores de recessão na região e com os investidores avaliando a incerteza sobre o afrouxamento das rígidas restrições da Covid-19 na China.
Já na Ásia, os investidores estão saudando a flexibilização na China das restrições para o combate doméstico à Covid-19. O clima otimista também levou o iuan chinês, a superar 7 por dólar nos mercados onshore e offshore, com o iuan onshore terminando a sessão doméstica em 6,9561 por dólar, nível mais alto desde 13 de setembro.
Outras ações asiáticas, enquanto isso, estenderam seu rali, com investidores na expectativa de que a reabertura da China acabe impulsionando as perspectivas de crescimento global e a demanda por commodities.
O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 1,96%, a 3.946 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei avançou 0,15%, a 27.820 pontos.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 4,51%, a 19.518 pontos. Em Seul, o índice Kospi teve desvalorização de 0,62%, a 2.419 pontos. Em Taiean, o índice Taiex registrou alta de 0,07%, a 14.980 pontos.
Na cena doméstica, o mercado elevou sua expectativa para o patamar dos juros ao fim do próximo ano, antecipando uma redução menor da taxa Selic ao longo de 2023, ao mesmo tempo que previu um aumento maior da dívida pública, mostrou o relatório semanal Focus do Banco Central divulgado nesta segunda-feira.
A projeção dos analistas para a Selic subiu para 11,75% ao final do próximo ano, de 11,50% previstos há uma semana. Para este ano, a projeção foi mantida em 13,75%, com a expectativa de que o Banco Central não mexerá na taxa em sua última reunião de política monetário do ano esta semana.
A medidana das expectativas para a dívida líquida aumentou para 61,50% do Produto Interno Bruto (PIB) ao fim de 2023, de 61% antes. Para este ano, a projeção está em 57,70% do PIB.
Os ajustes nas expectativas acontecem conforme o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem reiterado alertas para a importância da sustentabilidade fiscal em um momento em que o governo eleito negocia com o Congresso a aprovação de despesas de cerca de 200 bilhões de reais fora do limite de teto dos gastos para os próximos anos.
A chamada PEC da Transição, que propõe a liberação, está prevista para ser votada no Senado nesta semana e tem concentrado as atenções do mercado. (Com Reuters)